O assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, disse ver com “preocupação” a presença de embarcações militares norte-americanas perto da Venezuela. Ele deu a declaração nesta 4ª feira (20.ago.2025), em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, em Brasília.
“Vejo com preocupação o deslocamento de barcos de guerra americanos para a Venezuela. Acho que a não intervenção é fundamental”, disse o ex-chanceler nos 2 primeiros mandatos de Lula durante o encontro. Amorim também abordou o posicionamento brasileiro sobre as eleições venezuelanas: “Quando houve as eleições, tivemos dúvidas, evitamos cumprimento, mas mantivemos a relação, que é de Estado a Estado.”
O assessor presidencial reforçou a importância das relações diplomáticas entre países vizinhos: “Ter boas relações não é uma escolha, e sim uma imposição da geografia”.
O governo brasileiro não reconheceu o resultado da reeleição de Nicolás Maduro, em julho de 2024. Também evitou se posicionar sobre a reivindicação do candidato de oposição, Edmundo González, de que, na realidade, ele é quem venceu o pleito.
Depois das eleições na Venezuela, Lula afirmou que Maduro era um “problema” da Venezuela, e não do Brasil. Disse também que o regime chavista é autoritário, mas que seu líder não é um ditador. À época, ele discordou da nota do PT, seu partido, que reconhecia o resultado da disputa.