A CNI (Confederação Nacional da Indústria) levará mais de 15 associações, federações e empresas a Washington nos dias 3 e 4 de setembro, para tentar reverter o tarifaço implementado pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano).
O presidente da confederação, Ricardo Alban, apresentou nesta 4ª feira (20.ago.2025) ao vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, a agenda da missão empresarial aos Estados Unidos.
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A programação terá reuniões na Embaixada do Brasil em Washington, encontros com escritórios de lobby e advocacia, além de diálogo com a Câmara Americana de Comércio (US Chamber of Commerce).
A comitiva será composta por diferentes entidades. Entre elas:
Associações setoriais:
- Brinquedos: Abrinq;
- Máquinas e equipamentos: Abimaq;
- Têxtil: Abit;
- Alumínio: Abal;
- Carnes: Abiec;
- Madeira: Abimci;
- Café: Cecafé;
- Ferramentas: ABFA;
- Cerâmica: Anfacer;
- Rochas: CentroRochas;
- Couros: CICB.
Federações estaduais da indústria:
Empresas confirmadas:
- Tupy;
- Embraer;
- Stefanini;
- Novelis;
- Siemens Energy.
Federações estaduais como Fieg e Fiesc também confirmaram presença, além de grandes empresas como Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy.
A missão também participará de audiência pública do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) –conforme solicitado pela CNI.
A audiência será realizada em 3 de setembro e faz parte da investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana. O caso foi aberto em julho por determinação do presidente Donald Trump (Partido Republicano).
O objetivo da viagem é ampliar o diálogo com autoridades norte-americanas e o setor produtivo local, em meio à taxação de 50% sobre exportações brasileiras pela Seção 301.
Segundo Alban, a estratégia inclui buscar exceções à regra, defender setores relevantes e propor parcerias em áreas de interesse comum, como biocombustíveis de aviação (SAF), data centers e minerais de terras raras.
“Queremos mostrar que há espaço para uma negociação séria, técnica e comercial, que traga ganhos para ambos os lados”, afirmou.
O QUE É A INVESTIGAÇÃO?
O USTR é um órgão da administração federal dos EUA que não tem equivalente na estrutura do governo do Brasil. Na prática, é algo como um ministério do comércio exterior.
A apuração comercial de Trump é baseada na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974. O dispositivo permite:
- investigar e punir práticas comerciais estrangeiras consideradas injustas que prejudiquem exportações norte-americanas;
- autoriza a imposição de tarifas adicionais ou suspensão de benefícios comerciais depois de investigação e análise, incluindo decisões da OMC (Organização Mundial do Comércio) ;
- já foi usada para aumentar tarifas contra produtos da União Europeia e madeira canadense em disputas comerciais recentes.
Na prática, serve como uma justificativa legal para que os EUA imponham medidas como tarifas adicionais. O mecanismo foi aplicado recentemente contra a China para justificar aumentos tarifários.
Ou seja, a investigação quer pressionar o Brasil a alterar suas políticas comerciais –sob ameaça de sanções econômicas.