A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve ouvir todos os ex-ministros da Previdência Social desde o governo Dilma Rousseff (PT). A decisão marca novo revés para o Palácio do Planalto, que perdeu o comando da comissão para a oposição.
O presidente, senador Carlos Viana (Podemos), disse que os trabalhos não terão “caráter policialesco”, mas que convocações serão feitas se surgirem indícios de irregularidades. Ele não descartou chamar a ex-presidente Dilma Rousseff e afirmou também que os ex-presidentes do INSS terão de depor.
“Não há motivo para que ex-presidentes do INSS não compareçam. A própria ex-presidente Dilma pode ser convocada, se o grupo de trabalho entender necessário”, disse.
O senador afirmou que, se preciso, também convocará funcionários do atual governo. Disse que a comissão não terá problemas em ouvir deputados da oposição e prometeu “respeito” aos depoentes. “Não vamos permitir que ninguém seja destratado”, declarou.
Viana pediu colaboração de funcionários da CGU e do INSS para auxiliar na quebra de sigilos e na coleta de dados. A comissão deve trabalhar duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras. A 1ª reunião será na próxima 3ª feira (26.ago.2025), às 10h.
O presidente da comissão disse que não há pressa para eleger o vice-presidente. A escolha deve ser feita em duas ou três semanas, com tentativa de consenso.
Ele também afirmou que a comissão investigará descontos em crédito consignado se identificar indícios de irregularidades.
Questionado sobre eventual indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), respondeu que o tema “não está em discussão” neste momento.
“Ontem eu consegui o apoio da oposição. Eles são mais ativos que a base do governo. Os 2 lados estarão empenhados em aprovar requerimentos”, declarou.