A presidente do BB (Banco do Brasil), Tarciana Medeiros, disse nesta 4ª feira (20.ago.2025) faltar “responsabilidade” em quem coloca em xeque a situação da instituição financeira. Ela defendeu que os funcionários do banco combatam “mentiras” sobre o banco.
“É muita falta de responsabilidade quando algum brasileiro vem colocar em xeque a solidez, a segurança e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil”, declarou.
Tarciana também afirmou que o BB “obedece sim a legislação brasileira, mas que também obedece e segue a legislação dos mais de 20 países” em que atua.
Na 3ª feira (19.ago), os principais bancos brasileiros listados na B3 viram as ações registrarem forte queda 1 dia depois de o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino decidir que decisões judiciais estrangeiras só podem ser executadas no Brasil “mediante a devida homologação”.
Dino não citou nominalmente os Estados Unidos ou a Lei Magnitsky, mas as referências em sua decisão são claras. Washington usou a Lei Magnitsky para punir o ministro do STF Alexandre de Moraes por usar seu cargo para “autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”.
Na 3ª feira (19.ago), os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) registraram queda de 6,03% na B3 –fecharam cotados a R$ 19,80 cada. A presidente do BB comentou o recuo dos papéis da instituição.
“Vocês acompanharam nos últimos dias a variação dos preços das ações do Banco do Brasil muito impulsionado por algumas questões que nós fomos a mercado de forma muito transparente e falamos o que estava acontecendo”, disse.
Tarciana afirmou que o balanço do BB segue “robusto”. “Esse é um banco forte. É um banco dos brasileiros, que leva o nome do Brasil para o mundo inteiro”, acrescentou.
A presidente da instituição disse trabalhar para que o BB esteja presente na África.
BB versus OAB
Na 6ª feira (15.ago), Tarciana responsabilizou a inadimplência do agronegócio pelo resultado financeiro do banco no 2º trimestre de 2025, quando o lucro líquido ajustado foi de R$ 3,8 bilhões –queda de 60% ante o mesmo período em 2024.
Na ocasião, Medeiros disse que o departamento jurídico do banco está analisando os escritórios de advocacia que, segundo ela, fazem orientações ostensivas contra o BB para que produtores rurais entrem com pedido de recuperação judicial. Ela afirmou analisar a possibilidade de acioná-los judicialmente.
“Não é uma questão sistêmica de toda a carteira do agro, são 20.000 clientes e sabemos exatamente quem são”, disse.
A declaração provocou reação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Na 2ª feira (18.ago), a entidade afirmou que notificará a presidente do BB e avalia processá-la por esta fala.