Fiemg diz se preocupar com novos itens de aço e alumínio taxados em 50%

Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) disse nesta 4ª feira (20.ago.2025) acompanhar “com atenção” a determinação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de expandir a lista de produtos classificados como derivados de aço e alumínio e que estão sujeitos à tarifa de 50%. A decisão (íntegra – PDF – 212 kB, em inglês) foi tomada na 3ª feira (19.ago) e levará 407 itens de consumo a serem sobretaxados.

A federação reiterou que a medida não é específica contra o Brasil, mas disse que causa “preocupação” quanto ao impacto. “O setor siderúrgico brasileiro já figura entre os mais atingidos pela política tarifária dos EUA e, em Minas Gerais, a siderurgia é estratégica para a pauta exportadora do Estado”, afirmou. Eis a íntegra (PDF – 38 kB) do comunicado.


Em junho, Trump dobrou de 25% para 50% a alíquota que incide sobre aço e alumínio importados pelos EUA. “A extensão da tarifa a produtos que utilizam aço e alumínio como insumos acentua a apreensão, pois amplia os efeitos negativos sobre outros setores exportadores. A lista anunciada corresponde a aproximadamente 10% das exportações do Brasil para os Estados Unidos entre 2020 e julho de 2025, e a 3% das exportações mineiras”, acrescentou a Fiemg.

A entidade afirmou que mais da metade desses produtos eram tarifados em 50%. “A Fiemg considera essencial acompanhar os efeitos sobre setores estratégicos, como o automotivo, que já enfrenta tarifas de 25% e pode ter determinados itens, como autopeças, enquadrados na nova tarifa de 50%”, declarou.

Segundo a Fiemg, há receio de que a medida “vá além da siderurgia, afetando de forma significativa outros segmentos relevantes para a economia mineira e nacional, em um cenário já desafiador no comércio internacional”.

O Brasil exportou US$ 4,1 bilhões em aço, ou 5,8 milhões de toneladas, aos EUA em 2024, segundo levantamento divulgado pelo Bradesco, em fevereiro de 2025.

ALCKMIN

Mais cedo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou uma mudança nas regras de taxação dos Estados Unidos que deve beneficiar as exportações brasileiras, com alívio de US$ 2,6 bilhões.

Segundo Alckmin, o Departamento de Comércio norte-americano decidiu que o conteúdo de aço e alumínio em produtos industrializados do Brasil não será mais sobretaxado em 50%, passando a seguir a regra global, de 25%.