O governo de Israel aprovou nesta 4ª feira (20.ago.2025) plano para tomar a Cidade de Gaza e autorizou a convocação de cerca de 60.000 reservistas para a operação.
A iniciativa do ministro da Defesa, Israel Katz, aumenta a pressão sobre o grupo extremista Hamas. Mediadores tentam viabilizar um cessar-fogo na guerra de quase 2 anos em Gaza e aguardam uma resposta oficial de Israel à proposta mais recente. As informações foram divulgadas pela agência AFP e reproduzidas pelo canal France24.
O plano mediado por Catar e Egito, com base em uma estrutura apresentada pelo enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e aprovado pelo Hamas, prevê:
- trégua inicial de 60 dias;
- libertação escalonada de reféns;
- soltura de alguns prisioneiros palestinos;
- medidas para permitir a entrada de ajuda em Gaza.
Autoridades israelenses afirmam que qualquer acordo dependerá da libertação de todos os reféns, com garantias de que nenhum seja deixado para trás.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (Likud, direita) ainda não comentou publicamente o plano, mas já disse que só aceitará um acordo em que todos os reféns sejam soltos de uma só vez.
O dirigente do Hamas Mahmoud Mardawi declarou que o grupo já “abriu a porta” para um acordo, mas que a decisão agora cabe a Netanyahu, que em ocasiões anteriores teria “fechado a porta”.
As autoridades em Gaza reportaram 48 mortos em bombardeios israelenses nesta 3ª feira (19.ago) e descreveram a situação como “muito perigosa e insuportável” em bairros da Cidade de Gaza.
O Exército israelense afirmou que atua “para dissolver capacidades militares do Hamas, tentando minimizar danos a civis”.
Na semana anterior, em 13.ago, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Eyal Zamir, aprovou o plano para as próximas fases da ofensiva na Faixa de Gaza.
As IDF pretendem avançar sobre áreas onde suspeitam que o Hamas mantém reféns. Israel afirma que 20 pessoas seguem vivas sob controle do grupo e que o Hamas retém os corpos de outros 30 mortos.
O governo israelense não divulgou a data nem a duração da ocupação da Cidade de Gaza. Netanyahu estabeleceu 5 objetivos para encerrar o conflito:
- Desarmar o Hamas;
- Garantir o retorno de todos os reféns — vivos ou mortos;
- Promover a desmilitarização da Faixa de Gaza;
- Manter o controle da segurança da Faixa de Gaza por Israel;
- Estabelecer um governo civil alternativo, que não seja o Hamas nem a Autoridade Palestina.
O ataque do Hamas em outubro de 2023 matou 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis.
A ofensiva israelense já deixou 62.064 mortos em Gaza, segundo o ministério da Saúde do enclave, números considerados confiáveis pela ONU (Organização das Nações Unidas).