Lula discute Gás para Todos e quer implementar programa até setembro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer que o novo Gás para Todos seja implementado até setembro. O petista se reuniu com ministros, Petrobras, Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nesta 4ª feira (20.ago.2025) no Palácio da Alvorada.

As negociações estão sendo lideradas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O novo benefício não dará mais um vale com o valor em dinheiro, mas o voucher permitirá que o beneficiário retire um botijão de gás de cozinha.

A ideia do governo é evitar desvio de finalidade do programa. Poderão participar do benefício famílias cadastradas no CadÚnico e que tenham renda per capita mensal menor ou igual a meio salário mínimo. Seriam 17 milhões de famílias beneficiadas nas contas da União.

O programa limitará a um botijão por família. Aquelas que tenham renda per capita mensal até o limite para receber o Bolsa Família serão priorizadas, segundo apurou o Poder360.

De acordo com o projeto que está em discussão no governo, a ideia é que a União fixe um “preço de referência” para a revenda de GLP nos Estados. Será utilizada a média ou mediana dos preços naquela unidade da federação.

Também está em estudo a possibilidade de o beneficiário ficar com um crédito no benefício caso, em um mês, troque por um botijão abaixo do preço de referência estabelecido.

Eis quem esteve na reunião com Lula:

  • Ministro da Casa Civil, Rui Costa;
  • Ministro da Fazenda, Fernando Haddad;
  • Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias;
  • Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira;
  • Ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann;
  • Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira;
  • Presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros;
  • Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante;
  • Presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

LANÇAMENTO ADIADO

A medida provisória do governo federal que garantirá gás de cozinha gratuito a 17 milhões de famílias seria anunciada em 5 de agosto, mas foi adiado indefinidamente.

O programa é um desejo antigo de Lula, que repete em eventos pelo Brasil que é um absurdo a Petrobras vender o gás barato às distribuidoras e estas repassarem o botijão a mais de R$ 100 à população.

Segundo apurou o Poder360, o cancelamento ocorreu depois de divergências internas sobre pontos da proposta. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, teria manifestado preocupação sobre possíveis implicações da iniciativa para a regulação e o mercado de gás natural.

A executiva questionou também o modelo do leilão de gás natural da PPSA(Pré-Sal Petróleo S.A.), que seria lançado no mesmo evento. O certame prevê a comercialização do excedente da União na partilha do pré-sal, considerado estratégico pelo governo para elevar a arrecadação federal.

O ponto de atrito são as tarifas cobradas pela Petrobras pelo escoamento e o processamento do gás de terceiros em suas unidades.

Em 8 de agosto, em linha com seu novo plano estratégico, a Petrobras anunciou a intensificação de suas operações na distribuição de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha, com foco em negócios rentáveis e parcerias estratégicas.

No final de julho, a Petrobras divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2025, revelando que as vendas internas de GLP cresceram 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, mostrando avanço no fornecimento desse combustível essencial para milhões de brasileiros.

Também em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em visita a Linhares (ES), criticou a disparidade entre o preço do gás de cozinha vendido pela Petrobras e o valor cobrado pelas distribuidoras à população. Segundo ele, o GLP sai da Petrobras a R$ 37, mas chega a custar até R$ 140 nas residências. Lula afirmou que pretende garantir o fornecimento gratuito de gás para mais de 17 milhões de pessoas.

O preço médio do GLP usado nas residências é de R$ 108,31, segundo a Petrobras. A estatal afirma que o preço do gás cobrado por ela às distribuidoras é de R$ 34,70. A parcela de participação da Petrobras na composição do preço está em 33,4%.