Malária cresce em regiões desmatadas da Amazônia, revela pesquisa

Uma pesquisa realizada por biólogos brasileiros identificou que a malária tem maior incidência em regiões onde mais de 50% da área está desmatada. O estudo de campo foi feito em 40 locais de Cruzeiro do Sul (AC), município na fronteira do desmatamento no Acre, que registra altos índices da doença.

A malária, transmitida pelo mosquito Anopheles, afeta principalmente populações de baixa renda e tem seu epicentro na Amazônia Legal, responsável por 138 mil dos 142 mil casos registrados no Brasil em 2024. O risco de contágio aumenta quando o desmatamento ultrapassa 50%, pois a proximidade entre áreas urbanas e floresta favorece o contato entre humanos e mosquitos vetores. Já áreas com mais de 70% de vegetação restaurada apresentam menor incidência. Ambientes totalmente desmatados tendem a ser inóspitos para os mosquitos, o que reduz a recorrência da doença.

O estudo também aponta que, além do desmatamento, fatores como a fragmentação da vegetação, mudanças climáticas e atividades humanas, como construção de estradas e garimpo, contribuem para a disseminação da malária. Segundo os pesquisadores, promover iniciativas que aliem preservação ambiental e geração de renda para as comunidades locais é fundamental para controlar a doença.

A malária continua sendo um grave problema global, com 263 milhões de casos e 597 mil mortes registrados em 2023, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A relação entre saúde pública e meio ambiente é tema da agenda da COP30, reforçando a importância de políticas integradas para enfrentar esses desafios.

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