Pesquisa revela percepção negativa sobre atuação do deputado nos EUA e reforça desgaste da família Bolsonaro
Por Sandra Venancio – Paola de Orte/Agência Brasil
A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) traz um recado duro para Eduardo Bolsonaro (PL-SP): 69% dos brasileiros acreditam que o deputado atua em defesa de interesses pessoais e da família Bolsonaro, e não do país. Apenas 23% veem nele um defensor dos interesses do Brasil. Outros 8% não souberam ou não responderam.
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O levantamento foi realizado entre 13 e 17 de agosto, encomendado pela Genial Investimentos, com 2.004 entrevistados em 120 municípios, e margem de erro de dois pontos percentuais.
Os números
- Interesses próprios/de sua família: 69%
- Interesses do Brasil: 23%
- Não sabem/não responderam: 8%
Rejeição em alta
O resultado evidencia a crescente percepção pública de que Eduardo Bolsonaro usa o mandato para projetar a imagem da família no exterior, em especial nos Estados Unidos, onde mantém proximidade com figuras da extrema-direita, como Donald Trump e Steve Bannon.
A pesquisa indica que a retórica internacional do deputado, muitas vezes vista como alinhada a pautas conservadoras externas e distante das prioridades nacionais, encontra forte rejeição entre os brasileiros.
O desgaste bolsonarista e o paralelo com Lula
O mesmo levantamento revelou ainda que 51% desaprovam o governo Lula (PT), enquanto 46% aprovam – a menor diferença desde janeiro de 2025. Os dois cenários se conectam: enquanto Lula mostra sinais de recuperação em meio a crises e ataques internacionais, a família Bolsonaro enfrenta desgaste crescente, inclusive com a imagem de seu herdeiro político mais ativo.
Para analistas, o dado sobre Eduardo mostra que a associação com interesses particulares pode enfraquecer ainda mais o capital político da família, em um momento em que Jair Bolsonaro responde a investigações no Brasil e Eduardo tenta se projetar como ponte com a direita global.