Arrecadação cresce com IOF e desoneração da folha

A mudança do IOF impactou o desempenho da arrecadação federal, sobretudo por conta das operações de crédito no país, detalharam os técnicos da Receita Federal nesta 5ª feira (21.ago.2025)

O resultado acumulado de janeiro a julho mostra que as operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas foram as principais responsáveis pelo recolhimento do tributo, somando mais de R$ 28 bilhões no período.

O desempenho reflete diretamente o maior volume de empréstimos e financiamentos tomados por famílias e empresas, um indicador de aquecimento da atividade econômica. A arrecadação com seguros também teve participação relevante.

Leia os valores arrecadados no ano:

  • operações de Crédito (pessoa física): R$ 18,63 bilhões;
  • operações de Crédito (pessoa jurídica): R$ 9,48 bilhões;
  • operações de câmbio (entrada e saída): R$ 6,62 bilhões;
  • IOF-Seguros: R$ 6,03 bilhões.

Segundo Marcelo Gomide, coordenador de previsão e análise da Receita Federal, a recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o tema teve impacto “residual” no mês. “A maior parte do efeito da decisão será sentida apenas na arrecadação de agosto”, disse.

DESONERAÇÃO DA FOLHA

O fim gradual da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia também impactou de forma positiva a arrecadação. Porém, os técnicos da Receita Federal disseram que ainda não é possível isolar o efeito exato.

Claudemir Malaquias, chefe de estudos tributários, explicou que a reoneração é progressiva e que o Fisco precisa de tempo para analisar os dados que chegam via e-Social.

O coordenador Marcelo Gomide acrescentou que há uma “concorrência de fatores” que dificulta a análise. Ao mesmo tempo em que a reoneração acontece, a economia brasileira vive um momento de forte crescimento da massa salarial, com mais empregos formais e aumento de rendimentos.

Esse movimento, por si só, já eleva a arrecadação previdenciária, tornando difícil separar o que é efeito da reoneração e o que é resultado da melhora do mercado de trabalho. “No momento, a gente não tem elementos para segregar”, disse Gomide.