Avanço ambiental do agro será contabilizado, diz secretário do Clima

O secretário de Mudança do Clima do MMA (Ministério do Meio Ambiente), Aloisio Melo, afirmou que o sistema de avaliação das emissões de gases de efeito estufa incluirá avanços ambientais da agropecuária.

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), havia criticado na 3ª feira (19.ago.2025) o Plano Clima apresentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em novembro de 2024.

Uma das críticas de Lupion foi o fato de as metas e projeções de emissões não levarem em conta os avanços ambientais da agropecuária. Várias técnicas que vêm sendo usadas de forma crescente reduzem as emissões de gases. As plantações capturam carbono, reduzindo emissões líquidas.

Melo disse que técnicos do MMA trabalham atualmente para que os avanços da agropecuária sejam levados em conta. “A gente considera que há uma questão pertinente, de aprimoramento da qualidade das estimativas usadas para o Inventário Nacional de Emissões”, afirmou. “Tem um grupo dedicado a analisar e revisar esses parâmetros”, disse Melo. Não há prazo para que isso seja concluído.

O secretário refutou outras críticas sobre o Plano Clima, que apresentou metas de redução de emissões para 2035. São as NDC (sigla em inglês para metas nacionalmente definidas). As metas são mais ambiciosas do que as que estavam em vigor.

A meta para a agropecuária é de redução de 54% das emissões até 2035. Na avaliação da FPA, isso estabelece obrigações excessivas sobre os produtores rurais. Outro efeito negativo que a FPA aponta é sobre a imagem do agronegócio brasileiro por associá-los a emissões elevadas.

REDUÇÃO DO DESMATAMENTO

Melo disse que a meta de 54% de queda de emissões refere-se sobretudo à redução do desmatamento. O Plano Clima estabelece o fim da eliminação ilegal de florestas até 2030. De 2030 a 2035, a meta é de redução da supressão vegetal legal por meio de incentivos.

No caso da agropecuária, o Plano Clima estabelece que as emissões poderão aumentar 2% até 2035. Como é previsto aumento da produção, haverá relativamente menos emissões.

Melo também refutou críticas da FPA sobre a falta de participação de outras áreas do governo na elaboração do Plano Clima. Disse que houve a participação de 25 ministérios, sob a liderança da Casa Civil da Presidência da República de setembro de 2023 a novembro de 2024.

O Plano Clima ficou em consulta pública até 2ª feira (18.ago). A versão revisada a partir das contribuições ficará pronta até o final de setembro.