PF conclui que Bolsonaro liderou trama para pressionar STF e tentar golpe com apoio estrangeiro

A Polícia Federal (PF) concluiu o Relatório Final nº 3305694/2025, peça explosiva que expõe em detalhes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados próximos, como o pastor Silas Malafaia, teriam atuado em uma engrenagem coordenada para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF), desestabilizar o governo Lula e tentar reverter processos que miravam o núcleo duro do bolsonarismo.

O documento, entregue ao Supremo Tribunal Federal, aponta que a articulação não se restringiu ao território nacional: Eduardo Bolsonaro manteve negociações com autoridades dos Estados Unidos para provocar sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras, enquanto o pai buscava sustentar o discurso de “perseguição política” e alimentar sua base com ataques ao Judiciário.

A engrenagem do complô

De acordo com o relatório, Jair Bolsonaro replicava em público e em privado a tese de fraude eleitoral, mesmo sem provas, preparando terreno para deslegitimar as instituições. Eduardo, por sua vez, aparece como articulador internacional, pressionando pelo uso da influência de Donald Trump para justificar medidas contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes.

O pastor Silas Malafaia, com sua enorme capilaridade no meio evangélico, foi identificado pela PF como o elo político-religioso da operação: teria ajudado a difundir a narrativa golpista, dar respaldo moral às medidas e amedrontar ministros da Suprema Corte com a ameaça de retaliações internacionais.

Dinheiro de apoiadores virou combustível político

O relatório ainda demonstra que campanhas de arrecadação via PIX, apresentadas como “apoio espontâneo” ao ex-presidente, foram usadas para financiar operações ilegais no exterior, inclusive o envio de recursos para Eduardo Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos articulando sanções contra o Brasil.

Crimes atribuídos e próximos passos

A PF indiciou Jair Bolsonaro e seus aliados por:

  • Organização criminosa;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Coação no curso do processo.

O relatório agora segue para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia formal ao STF.

Impacto político explosivo

A conclusão da PF coloca Jair Bolsonaro e seu círculo íntimo diante do risco mais concreto de uma condenação criminal em sua trajetória. O caso também atinge em cheio a direita bolsonarista às vésperas das articulações eleitorais para 2026, colocando pressão sobre aliados como Tarcísio de Freitas, que tenta se equilibrar entre o apoio à pauta conservadora e a preservação de sua imagem institucional.

Se confirmada a denúncia, o processo pode se tornar um divisor de águas na política brasileira, com efeitos que vão além do campo jurídico, alcançando diretamente as disputas eleitorais e a relação diplomática com os Estados Unidos.

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