Tarcísio critica PF e diz manter relação de lealdade a Bolsonaro

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou nesta 5ª feira (21.ago.2025) a divulgação pela Polícia Federal de áudios de celular de Jair Bolsonaro (PL) apreendido. Para ele, o conteúdo é privado e não tem interesse público. O governador também reforçou sua proximidade com o ex-presidente. Disse que a relação com Bolsonaro “será como sempre foi: de lealdade, de amizade e de gratidão”.

“Primeiro, eu não vou comentar uma conversa privada de pai para filho. É uma questão que só interessa aos 2. Eu não sei nem porque que essas conversas foram divulgadas. Não vejo interesse público nisso”, declarou Tarcísio a jornalistas em compromisso no interior paulista.

“A minha relação com Bolsonaro vai ser como sempre foi: relação de lealdade, de amizade; relação de gratidão com uma pessoa que eu entendo que fez muito pelo Brasil e muito por mim. O rumo que as coisas estão tomando me preocupam um pouco”, acrescentou.

O governador disse ainda ser preocupante o fato de haver “pessoas sendo investigadas e sendo objetos de ações judiciais simplesmente por fazerem críticas”.

“Às vezes eu vejo que isso não faz sentido. Então, aonde é que a gente quer chegar com isso? Aonde é que o Brasil vai parar? Não vejo aí um bom caminho”, declarou.

ENTENDA

O material divulgado pela PF (Polícia Federal) resultou no indiciamento de Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado democrático de Direito. O material foi enviado em 13 de julho, conforme documentos oficiais da investigação.

Segundo a PF, as mensagens demonstram uma “ação consciente e voluntária junto a autoridades norte-americanas para obter medidas contra o Estado brasileiro com a finalidade de coagir autoridades brasileiras, em especial ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que atuam nas ações penais que apuram a tentativa de golpe de Estado e Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito”.

A investigação da PF concentra-se principalmente em atividades nos Estados Unidos, onde Eduardo Bolsonaro reside atualmente. As autoridades apuram sua articulação junto ao governo norte-americano, apresentando seu pai como vítima de perseguição política para pressionar autoridades brasileiras.

Tarcísio não é alvo da investigação, mas foi mencionado em uma das gravações pelo pastor Silas Malafaia. Na gravação, Malafaia afirmou saber que Bolsonaro havia pedido ao governador para se reunir com o ministro Gilmar Mendes e com “uma embaixada”. O ex-presidente negou ter feito tal solicitação.

Em outro áudio, Malafaia defendeu que Bolsonaro deveria proteger Tarcísio, mas, apesar disso, pediu para que o ex-presidente não atacasse Eduardo.


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