O pastor Silas Malafaia reagiu às medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão contra ele nesta quarta-feira (20). “Que democracia é essa?Vai ter que me prender pra me calar”, afirmou o líder religioso ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, vindo de Lisboa.
Além da apreensão do celular, Malafaia também terá de entregar o passaporte e está proibido de deixar o país, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A operação faz parte do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e a atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para obstruir e intimidar autoridades do Supremo. A Procuradoria-Geral da República aponta que Malafaia funcionava como “orientador e auxiliar” de Bolsonaro e de seu filho Eduardo, articulando estratégias para atacar Moraes e até pressionar governos estrangeiros, como o de Donald Trump, contra decisões do STF.
Na primeira reação pública, o pastor reforçou o tom de perseguição política. “Sou um líder religioso, não sou bandido. Só vão me calar se me prenderem”, disse, repetindo críticas ao que chamou de censura. Ele também afirmou possuir “dezenas de vídeos” em que critica ministros do Supremo e comparou a situação do Brasil a regimes autoritários da América Latina.
De acordo com a Polícia Federal, as ações de Malafaia foram conscientes e coordenadas para espalhar desinformação e constranger ministros do Supremo. O áudio em que ele orienta Bolsonaro a gravar vídeo contra Moraes, e a acionar Trump, é considerado uma das principais provas do envolvimento direto do pastor.
Enquanto assume o discurso de mártir político e religioso diante de sua base, Malafaia segue agora sob restrições legais impostas pelo STF.
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