O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ofertará R$ 10 bilhões em linhas de crédito próprias para socorrer empresas exportadoras afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos. O aporte abrange qualquer percentual de tarifa, segundo a instituição financeira.
“Estamos confortáveis com esses R$ 10 bilhões. Achamos que esses R$ 10 bilhões darão resposta. Nós estamos pegando a captação desse ano em LCD [Letra de Crédito do Desenvolvimento] e direcionando”, declarou o presidente do banco de fomento federal, Aloizio Mercadante, a jornalistas.
Nesta 6ª feira (22.ago), o chefe do banco de fomento federal concede entrevista, no Rio, para detalhar como funcionará as linhas de crédito.
Quem pode acessar
- empresas com produtos tarifados pelos EUA (qualquer percentual de tarifa);
- empresas de todos os portes, mesmo as já atendidas pelas linhas do FGE (Fundo de Garantia à Exportação).
Quais são as linhas
- Giro Emergencial Complementar – financiamento para gastos operacionais gerais;
- Giro Diversificação Complementar – financiamento para busca de novos mercados.
Quais são as condições financeiras
- Giro Emergencial Complementar – financiamento para gastos operacionais gerais;
- taxa de juros (LCD): 1,15% ao mês + spread bancário;
- prazo: até 5 anos, incluindo até 1 ano de carência.
- Giro Diversificação Complementar – financiamento para busca de novos mercados;
- taxa de juros (FAT Cambial) – 0,29% ao mês + variação do dólar + spread bancário;
- prazo –até 7 anos, incluindo até 1 ano de carência.
Socorro via MP
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou em 13 de agosto a Medida Provisória nº 1.309, que libera R$ 30 bilhões em crédito para exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço dos EUA. O texto, com força de lei, foi publicado no Diário Oficial da União no mesmo dia. Leia a íntegra (PDF – 188 kB).
O Planalto chama a medida de “Brasil Soberano”. Na ocasião, o governo não deu detalhes em relação aos juros que serão cobrados nem prazo para o financiamento.
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