A organização da COP30 e representantes da ONU se reuniram na manhã desta sexta-feira (22) para discutir soluções diante da especulação hoteleira e imobiliária em Belém, cidade-sede da conferência climática marcada para novembro. O encontro, solicitado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), ocorreu após um grupo de 25 países, liderados pelo Grupo Africano de Negociadores, pedir formalmente a mudança de sede do evento.
Durante três horas de reunião, o Brasil reafirmou que a COP30 será realizada em Belém. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência, foi categórico: “Não há como mudar o lugar da COP30. Esse é um fator importante de reafirmação do governo brasileiro”. Ele anunciou ainda a criação de uma força-tarefa coordenada pela Secretaria Extraordinária da COP, com participação dos Ministérios do Turismo, Meio Ambiente e Relações Exteriores, para atender especialmente os 72 países mais vulneráveis, classificados pela ONU como de menor desenvolvimento relativo ou pequenos estados insulares.
O plano prevê a oferta de pacotes de hospedagem entre US$ 100 e US$ 200 para 25 negociadores desses países. Já outras demandas da ONU, como o subsídio universal da hospedagem a todas as delegações, foram rejeitadas pelo governo brasileiro. Segundo Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil, a posição foi clara: “Não podemos fazer isso com recursos públicos. A própria ONU precisa rever o valor de ajuda que oferece em outros lugares. Não precisa ser os 400 dólares de Bonn, mas ao menos 250 dólares”.
Entre os ajustes acordados estão a flexibilização dos pacotes oficiais de hospedagem, que passarão a permitir reservas de dez dias, e a garantia de remanejamento para navios caso a conferência seja prorrogada, como costuma ocorrer em edições anteriores.
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