ONU confirma primeira declaração oficial de fome em Gaza e alerta para risco de catástrofe humanitária

Pela primeira vez, a fome foi oficialmente confirmada na Cidade de Gaza, segundo relatório do Integrated Food Security Phase Classification (IPC), sistema apoiado pela ONU que monitora a insegurança alimentar em regiões de crise. O documento, divulgado nesta quinta-feira (22), classifica a situação como “catastrófica” e aponta que mais de 500 mil pessoas enfrentam risco imediato de fome, miséria e morte.

O levantamento afirma que a crise é “totalmente provocada pelo homem” e poderia ser revertida caso fosse garantido acesso amplo e imediato à ajuda humanitária. A previsão é de que, até o fim de setembro, a escassez severa atinja também as áreas de Deir al-Balah e Khan Younis.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o cenário como “um desastre provocado pelo homem, uma acusação moral e um fracasso da própria humanidade”. Ele reforçou que Israel tem obrigação legal de permitir o fornecimento de alimentos e suprimentos médicos, e cobrou ação imediata.

Já o coordenador de emergências humanitárias da ONU, Tom Fletcher, disse que a fome em Gaza “deveria envergonhar o mundo” e apelou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pela abertura urgente das passagens de fronteira.

A análise contou com cerca de 50 especialistas de 19 organizações internacionais, que usaram entrevistas telefônicas, medições de desnutrição infantil e dados de mortalidade, apesar das limitações no acesso a informações confiáveis. O relatório ainda alerta para o risco crescente de doenças como diarreia, infecções respiratórias, sarampo e pólio, agravadas pela combinação de desnutrição, superlotação e falta de saneamento.

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