Correção da tabela do IR beneficia 25 milhões de pessoas, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse confiar na aprovação de uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física). A medida irá beneficiar 25 milhões de brasileiros e será bancada pela tributação de uma pequena parcela da população de altíssima renda, destacou.

Em evento do PT (Partido dos Trabalhadores) sobre conjuntura econômica neste sábado (23.ago.2025), Haddad detalhou que o governo já assegurou a aprovação, em regime de urgência, da nova proposta no Congresso. Segundo ele, isso assegura que o projeto será votado de forma acelerada.

O ministro explicou que a reforma irá isentar aqueles que ganham até R$ 5.000 e reduzir a carga tributária para quem recebe até R$ 7.400. Para assegurar que a proposta seja neutra do ponto de vista fiscal, o governo passará a cobrar imposto de 141 mil brasileiros que têm renda de mais de R$ 1 milhão por ano, mas que hoje não pagam o tributo devido a brechas legais e benefícios fiscais.

“Nós estamos fazendo alguma justiça tributária, cobrando de quem não paga, lá do ápice da pirâmide, para favorecer 25 milhões de brasileiros”, afirmou Haddad. Ele destacou que a correção da tabela fortalecerá o mercado interno e a renda do trabalhador.

TARIFAÇO

Haddad foi breve ao comentar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Disse apenas que, em resposta a barreiras comerciais, o governo brasileiro aproveitou um plano de contingência para implementar mudanças estruturais no financiamento das exportações.

“O objetivo é estabelecer um tripé robusto de modernização, com um sistema tributário mais eficiente, além de acesso facilitado a crédito e seguro para os exportadores, em especial os de pequeno e médio porte”, afirmou.

O ministro preferiu pontuar outras medidas do governo:

  • crédito ao trabalhador – R$ 30 bilhões concedidos em crédito em 5 meses. O ministro disse que o modelo anterior do programa levou 20 anos para conceder um volume de apenas R$ 40 bilhões;
  • parceria com a Índia – o governo planeja uma visita para estreitar relação comercial com a maior população do mundo;
  • reforma no crédito imobiliário – governo está ultimando tratativas com o Banco Central para “turbinar o crédito imobiliário” usando a poupança como fonte dos recursos.

“Essa mudança, na minha opinião, vai enriquecer o crédito imobiliário. Fazendo o crédito barato, a fonte barata de crédito, que é a poupança, chegar ao trabalhador de baixa renda e à classe média, que também está aí carente de crédito para continuar um ciclo virtuoso de produção da construção civil.”