O senador Izalci Lucas (PL-DF) é o campeão de requerimentos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista do INSS. Ele protocolou 324 dos 740 pedidos de informação apresentados na comissão até a última 6ª feira (23.ago.2025).
Por profissão, o senador é auditor de contas e afirma conhecer o funcionamento de sindicatos e associações. Izalci disse que usou o recesso legislativo para estudar o tema em casa. Afirma ter mapeado todas as empresas citadas nas investigações. Fez organogramas, identificou pessoas ligadas às entidades e, em seguida, protocolou requerimentos individuais para cada uma delas.
“Duvido que alguém fará um pedido que eu já tenha feito. Essa CPI tem a necessidade e o dever de explicar aos brasileiros quem assaltou os cofres do INSS, prejudicando aposentados de todo o país e deixando a conta para a sociedade toda”, declarou ao Poder360.
Entre seus requerimentos já está a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde junho de 2023, ele é vice-presidente do Sindinapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos). A entidade é alvo de investigação da Polícia Federal por supostos descontos indevidos nos contracheques de aposentados.
“Como um grupo que arrecadava menos de R$ 20 milhões passa para mais de R$ 150 milhões? Isso tem que ser explicado”, disse Izalci em referência ao sindicato.
O que é a CPI do INSS?
A comissão é responsável por investigar as fraudes e desvios em benefícios de pensionistas e aposentados do instituto. Os requerimentos precisam ser pautados pelo presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), e receber o aval da comissão. Os primeiros serão votados na 3ª feira (26.ago). Foram considerados no levantamento os pedidos protocolados até 10h01 (horário de Brasília) desta 6ª feira (22.ago).
Dos 743 requerimentos, ao menos 318 são pedidos de quebra de sigilo –bancário, fiscal ou telefônico– de entidades ou pessoas ligadas às fraudes.
Há requerimentos para convocar ministros e ex-ministros de Lula, como:
- Jorge Messias (Advocacia-Geral da União);
- Vinícius de Carvalho (CGU);
- Ricardo Lewandowski (Justiça);
- Carlos Lupi (ex-ministro da Previdência).
Os ex-presidentes do INSS Alessandro Stefanutto, Gilberto Waller e André Paulo Felix Fidelis também são alvos de pedidos.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está na lista. O deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou um pedido para que o ex-mandatário deponha na comissão.
Integrantes da CPI
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), instalou na 4ª feira (20.ago.2025) a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O colegiado é composto por 16 deputados e 16 senadores titulares, de diferentes partidos políticos, distribuídos proporcionalmente pelo tamanho da bancada na Casa.
A CPI será comandada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG). A definição representou uma derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a relatoria ficará com Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), perdeu a indicação para a relatoria.
Eis os congressistas que integrarão a CPI do INSS:
Senadores:
- Eduardo Braga (MDB-AM);
- Renan Calheiros (MDB-AL);
- Carlos Viana (Podemos-MG);
- Styvenson Valentim (PSDB-RN);
- Omar Aziz (PSD-AM);
- Eliziane Gama (PSD-MA);
- Cid Gomes (PSB-CE);
- Jorge Seif (PL-SC);
- Izalci Lucas (PL-DF);
- Eduardo Girão (Novo-CE);
- Rogério Carvalho (PT-SE);
- Fabiano Contarato (PT-ES);
- Leila Barros (PDT-DF);
- Tereza Cristina (PP-MS);
- Damares Alves (Republicanos-DF);
- Dorinha Seabra (União Brasil-TO).
Deputados:
- Coronel Chrisóstomo (PL-RO);
- Coronel Fernanda (PL-MT);
- Adriana Ventura (Novo-SP);
- Paulo Pimenta (PT-RS);
- Alencar Santana (PT-SP);
- Sidney Leite (PSD-AM);
- Ricardo Ayres (Republicanos-TO);
- Romero Rodrigues (Podemos-PB);
- Mário Heringer (PDT-MG);
- Beto Pereira (PSDB-MS);
- Bruno Farias (Avante-MG);
- Marcel van Hattem (Novo-RS);
- Alfredo Gaspar (União Brasil-AL);
- Duarte Jr. (PSB-MA);
- Rafael Brito (MDB-AL);
- Julio Alcoverde (PP-PI).
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