O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou, na 5ª feira (21.ago.2025), de uma propaganda do governo federal que um antigo ministro do Desenvolvimento Agrário preparou para levar a um evento na Alemanha.
Em discurso durante evento em Sorocaba, no interior de São Paulo, Lula contou que considerou preconceituosa uma fotografia que mostrava um “senhor negro, alto, sorrindo sem nenhum dente na boca”.
Eis o que disse Lula: “Eu tinha um ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, que foi participar de um congresso de propriedade rural de pequenos na Alemanha e ele fez uma revista maravilhosa, bonita. E no meio da revista, tinha uma capa com uma senhora bonitona. Devia ser filha de italiana ou de alemão no Rio Grande do Sul ou Santa Catarina, com a bochecha bem vermelha, sorrindo (…) e do lado dela um senhor negro, alto, sorrindo sem nenhum dente aqui na boca. Eu chamei o ministro e perguntei: ‘Escuta aqui. Por que você colocou essa fotografia desse senhor negro sem dente? Você acha isso bonito? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro. Você não acha que isso é preconceito?’. Aí eu lembrei do Joãozinho Trinta [carnavalesco maranhense, falecido em 2011]: ‘Quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de coisa boa’. Eu falei para ele [o ministro]: ‘Você pode anular essa revista, joga essa página fora e faz uma foto de um cara com dente’. E aí eu resolvi criar o Brasil Sorridente”.
O presidente, então, explicou que quis criar o programa Brasil Sorridente, em 2004, para levar ambulâncias às periferias das grandes cidades, como Sorocaba, e aos locais mais longínquos onde as pessoas não têm acesso a um dentista.
VISITA A SOROCABA
Lula foi ao interior de São Paulo para entregar 400 unidades odontológicas móveis a 400 cidades. Segundo o governo, o custo é de R$ 153 milhões do Novo PAC Saúde. A expectativa é que 1,4 milhão de pessoas sejam beneficiadas.
O Nordeste é a região que mais vai receber veículos, com 207, depois vem o Norte (95) Sudeste (45), Centro-Oeste (32) e Sul (21). Até 2026, outras 400 unidades devem ser entregues.
O Planalto afirmou que as cidades contempladas foram escolhidas com base em critérios socioeconômicos, tamanho territorial e proporcionalidade. A ideia seria evitar a concentração de recursos e maximizar o atendimento.
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