Representante do Panamá critica preços da hospedagem e pede mudança de sede da COP30

O representante do Panamá no Bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Juan Carlos Monterrey, publicou nas redes sociais o discurso que fez durante reunião do grupo, no qual criticou duramente o aumento dos preços das hospedagens para a COP30, marcada para novembro deste ano em Belém (PA).

“Estou totalmente surpreso e, sinceramente, confuso, pois pela terceira vez neste Bureau, todas as regiões do mundo falaram a uma só voz à Presidência brasileira, mas parece que nossas palavras entram por um ouvido e saem pelo outro”, disse Monterrey, que também é vice-presidente do Bureau. Ele ainda afirmou que pediu orientações formais sobre como solicitar a mudança da cidade-sede da conferência.

Segundo ele, “mais de 70% das delegações não reservaram acomodações” porque os preços estão entre 200% e 400% acima do subsídio diário pago pela ONU. “Não podemos sediar uma COP em condições que excluem a participação e violam os princípios fundamentais do multilateralismo”, declarou.

Em resposta, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da COP30 e da Presidência da República reafirmou que o evento será realizado em Belém e que a cidade estará “pronta para acolher os participantes desta importante Conferência”.

O governo informou que Belém possui uma oferta total de 53 mil leitos, distribuídos em hotéis, imóveis privados cadastrados, dois navios internacionais e acomodações específicas para povos indígenas, juventude e sociedade civil. Também ressaltou que já realiza um “esforço inédito e significativo de investimento” em infraestrutura e logística.

As reclamações sobre o custo da hospedagem não são novas. No início de agosto, a secretária do clima da ONU já havia convocado uma reunião de emergência sobre o tema. Delegações de países em desenvolvimento alertaram que não conseguirão arcar com os valores praticados.

Até agora, 47 países confirmaram presença na COP30. Destes, 39 reservaram hospedagem pela plataforma oficial e outros oito negociaram diretamente com hotéis ou plataformas alternativas.

Sobre pedidos para que o Brasil subsidie as delegações, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, descartou a possibilidade: “O governo brasileiro já está arcando com custos significativos para a realização da COP, então não há como subsidiar delegações, inclusive de países mais ricos que o Brasil”.

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