Enquanto se apresenta como alternativa moderada ao bolsonarismo, governador de Goiás mantém política de segurança marcada por execuções e alta letalidade policial
Na semana passada, o país acompanhou o anúncio da federação União Progressista, fruto da fusão entre União Brasil e Progressistas, que já se apresenta como a maior força política do país: 109 deputados federais, 15 senadores, seis governadores e mais de 1,3 mil prefeitos. A promessa central do bloco é clara: derrotar Lula em 2026.
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, deixou explícito que deseja ser o candidato do mega-bloco e cobrou, na primeira convenção, que a legenda tenha “lado, rumo e posição clara”. Na imprensa, Caiado é frequentemente retratado como um “moderado”, uma alternativa menos extremada ao bolsonarismo raiz.
Porém, os números de sua gestão em Goiás contam outra história. Nos últimos seis anos, a polícia goiana matou mais de três mil pessoas, refletindo uma política de segurança que premia execuções, estimula a letalidade policial e, segundo investigações, atrapalha operações da Polícia Federal contra o crime organizado.
Caiado pode almejar ocupar o lugar de Bolsonaro como líder nacional da extrema direita, mas sua marca em Goiás é incontestável: uma política sanguinária que transformou o estado em um laboratório da barbárie, longe da moderação que tenta vender à opinião pública.