Condomínio de Bolsonaro em Brasília reforça regras após prisão domiciliar

Notas internas tratam de uso de drones e rumores de expulsão de moradores, enquanto STF determina monitoramento em tempo real

Por Sandra Venancio –  Foto: Condomínio Solar de Brasília/Reprodução

Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a cumprir prisão domiciliar em Brasília, no último dia 4, a rotina no condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, precisou ser adaptada. A administração já emitiu ao menos duas notas internas “disciplinando” temas que vão do uso de drones ao esclarecimento sobre boatos de que moradores poderiam ser expulsos.

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As mudanças se intensificaram após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (26), determinando que a Polícia Penal do Distrito Federal faça o monitoramento em tempo real da prisão domiciliar de Bolsonaro. A medida abre a possibilidade de que agentes uniformizados e armados circulem no condomínio, o que pode alterar ainda mais a rotina da vizinhança.

A Polícia Federal chegou a oferecer apoio no monitoramento, mas informou ao STF que, para tanto, seria necessário colocar agentes dentro da casa do ex-presidente — cenário que não foi adotado.

O condomínio, que reúne casas de alto padrão, tenta conter tensões internas. No dia 12 de agosto, por exemplo, foi emitido um comunicado sobre o uso de drones. O texto alertava que o sobrevoo sem autorização dos moradores pode configurar invasão de privacidade.

“Constatado que um drone esteja causando incômodo ou preocupação ao sobrevoar áreas comuns ou frações ideais do Condomínio, a equipe de segurança envidará esforços para identificar o operador e registrar a ocorrência”, diz a nota.

Em outra comunicação, a administração também desmentiu rumores de que poderia adotar medidas contra moradores que se manifestassem publicamente sobre a presença de Bolsonaro no local.