A Organização de Ribeirinhos Vítimas de Acidente de Motor (ORVAM) promove, nesta quinta-feira (28), em Belém, uma programação especial em referência ao Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento. O evento conta com apoio da Praticagem Barra do Pará e inclui rodas de conversa, momento de beleza e confraternização, com o objetivo de ampliar o debate sobre o tema e fortalecer o empoderamento das vítimas.
O escalpelamento é um acidente grave, marcado pelo arrancamento brusco do couro cabeludo, que ainda atinge principalmente mulheres ribeirinhas da Amazônia. Apesar dos avanços nas políticas públicas, a realidade segue preocupante. Segundo estudo da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Pará, Amapá e Amazonas estão entre os estados que mais registram ocorrências.
Alessandra Almeida, representante da ORVAM, destaca a importância da data como espaço de acolhimento e visibilidade. “São mulheres que enfrentam não apenas a dor física, mas também o preconceito, o abandono e a falta de acesso a tratamento adequado. Muitas vezes, elas precisam custear do próprio bolso remédios, consultas e deslocamentos”, afirmou.
A programação inclui a roda de conversa com a escritora Regina Rozin, que apresentará o livro Na Curva do Rio. Parte da renda será revertida para a compra de materiais usados na confecção de perucas, um dos principais projetos da ORVAM para a recuperação da autoestima das mulheres. Também haverá entrega de perucas, consultoria de beleza com a Mary Kay, além da apresentação de novas parcerias institucionais e coffee break de confraternização.
O superintendente da Barra do Pará, Jorge Barbeito, reforçou o compromisso da instituição com a causa. “Prevenir o escalpelamento é garantir dignidade às comunidades ribeirinhas. Nosso apoio às ações da ORVAM e de outras entidades busca contribuir para uma navegação mais segura e para o acolhimento das vítimas”, destacou.
Além das ações de acolhimento, a ORVAM promove oficinas, cursos de empreendedorismo e espaços de escuta, visando fortalecer a autonomia e a autoestima das mulheres. A instituição acredita que o empoderamento social e econômico é um caminho essencial para transformar histórias de dor em resistência e esperança.
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