PF e Receita Federal bloqueiam R$ 1,2 bi do crime organizado

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram uma das maiores operações da história contra o crime organizado, com o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em ativos. A ação, que mobilizou a PF (Polícia Federal), a Receita Federal e outros órgãos, teve como alvo a infiltração de organizações criminosas no mercado legal, especialmente no setor de combustíveis.

Denominada Operação Carbono Oculto, a operação visa desmantelar um esquema de fraudes fiscais e sonegação. Paralelamente, a Operação Quasar foca em desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro.

As investigações revelaram que o grupo usava um esquema sofisticado, utilizando fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita.

Lewandowski destacou que o crime organizado tem migrado da ilegalidade para o mercado legal, e que o combate a esse fenômeno exige uma ação integrada de múltiplos órgãos governamentais, não apenas da polícia.

“Não basta mais apenas uma operação de natureza simplesmente policial. É preciso uma atividade integrada de todos os órgãos governamentais, sobretudo aqueles que trabalham com a inteligência”, afirmou o ministro.

A operação se estendeu por mais de 10 Estados e é o resultado de um núcleo de combate ao crime organizado criado em 17 de janeiro de 2025 pelo governo federal.

O núcleo, que reúne a PF, a Receita Federal, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a PRF (Polícia Rodoviário Federal), o MPF (Ministério Público Federal) e os ministérios públicos estaduais e outros órgãos, concentrou seus esforços inicialmente no setor de combustíveis.

A Justiça Federal autorizou o sequestro integral dos fundos de investimento usados no esquema e o bloqueio de R$ 1,2 bilhão, valor correspondente às autuações fiscais já realizadas.

O sigilo bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas também foi quebrado para dar prosseguimento às investigações, que seguem em curso.

Para o ministro, o sucesso da operação demonstra a importância da atuação conjunta das forças de segurança, e ele aproveitou para reforçar a necessidade de institucionalizar essa cooperação por meio da PEC da Segurança que tramita no Congresso.