Encontro em Brasília busca estreitar laços bilaterais diante de pressão dos EUA sobre o controle da rota bioceânica
Sandra Venancio – Foto Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta quinta-feira (28), em Brasília, o presidente da República do Panamá, José Raúl Mulino. A visita ocorre em um momento estratégico para a América Latina, marcado pela relevância do Canal do Panamá para o comércio global e pelas recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que manifestou interesse em controlar a via interoceânica.
>> Siga o canal do Jornal Local no WhatsApp
A postura de Washington reacendeu tensões diplomáticas e reforçou a necessidade de articulação entre países latino-americanos. Nesse contexto, a reunião entre Brasil e Panamá ganha peso político ao reafirmar a soberania panamenha sobre o canal e a importância de preservar o corredor marítimo como instrumento de desenvolvimento regional.
Pautas da reunião
Segundo o Itamaraty, Lula e Mulino devem discutir segurança, comércio e cooperação internacional. A expectativa é que a conversa também avance em projetos de integração econômica e logística, aproveitando a posição estratégica do Panamá como ponto de conexão entre o Atlântico e o Pacífico.
O comércio bilateral vem se expandindo nos últimos anos, com destaque para as exportações brasileiras de soja, carne, café, máquinas e equipamentos. O Panamá, por sua vez, funciona como hub logístico para mercadorias da América do Sul rumo a mercados internacionais.
Além da área econômica, os dois países mantêm cooperação em educação, cultura e segurança, com programas de intercâmbio e parcerias em combate ao narcotráfico e crimes transnacionais.
Relações históricas
Brasil e Panamá possuem relações historicamente amistosas, com apoio mútuo em fóruns multilaterais como a Organização dos Estados Americanos (OEA). Ambos defendem maior integração latino-americana e uma atuação coordenada frente a pressões externas.
Com a visita de Mulino, abre-se espaço para aprofundar o diálogo político e reforçar a presença do Brasil na agenda estratégica regional.