Chefe do CDC foi demitida por ser contra mudar política de vacinas

Susan Monarez foi demitida na 4ª feira (27.ago.2025) do cargo de diretora do CDC (sigla para Centros de Controle e Prevenção de Doenças) pelo governo de Donald Trump (Partido Republicano) por se opor às mudanças na política de vacinação promovidas por Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde.

Segundo a agência Reuters, ela considerava que as mudanças propostas por Kennedy Jr. eram contrárias à ciência e potencialmente ilegais. Monarez permaneceu menos de 1 mês no cargo. O secretário já havia demitido todo o painel consultivo de vacinas e o havia substituído por conselheiros alinhados a posições antivacinas.

Ela [Monarez] disse que havia duas coisas que nunca faria no trabalho. Uma era algo ilegal. A outra era algo contra a ciência. Ela me contou que pediram para que fizesse as duas coisas”, declarou Richard Besser, ex-diretor do CDC.

A Casa Branca disse que Monarez foi afastada por não estar alinhada à política da gestão Trump. A porta-voz Karoline Leavitt declarou que a renúncia foi solicitada, mas, como a diretora não aceitou se demitir, foi dispensada.

O anúncio se dá em meio a uma ampla reestruturação da política de vacinas nos Estados Unidos. Em maio, Kennedy Jr. revogou a recomendação federal de vacinação contra a covid-19 para grávidas e crianças saudáveis e, em junho, demitiu todos os integrantes do comitê consultivo de vacinas do CDC. Alguns dos substitutos são críticos à imunização.

Kennedy recusou-se a comentar a saída de Monarez. Segundo ele, o CDC atravessa um momento problemático.

Precisamos consertar isso, e é o que estamos fazendo. Pode ser que algumas pessoas deixem de trabalhar lá”, disse o secretário à Fox News.

O clima é de forte desgaste dentro da agência. Quatro dirigentes de alto escalão entregaram os cargos.

A Casa Branca propôs reduzir o orçamento do CDC em quase US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 19,8 bilhões), além de ter cortado 2.400 funcionários no início do ano. O sindicato de trabalhadores afirma que a agência enfrenta meses de “maus-tratos, negligência e vilificação”.