Motoboy foi baleado no pé depois de recusar subir até o apartamento do agente; caso gera protesto de entregadores e é investigado pela Polícia Civil.
Um policial penal identificado como José Rodrigo da Silva Ferrarini atirou no pé de um entregador do iFood na noite de sexta-feira (29), em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A vítima, Valério Souza Junior, registrou parte da discussão em vídeo e publicou nas redes sociais.
Segundo o entregador, o conflito começou quando ele se recusou a subir até o apartamento do policial para entregar o pedido. Nas imagens, Ferrarini aparece armado, discutindo com o motoboy e, segundos depois, dispara contra o pé dele.
“Você não subir é uma parada”, disse o policial antes de atirar. Após o disparo, Valério reagiu surpreso: “Que isso, cara?”. O agente respondeu com xingamentos e exigiu que a filmagem fosse interrompida.
Ferido, Valério pediu socorro a um morador do condomínio, identificado apenas como Tião. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para atendimento médico. “Infelizmente estamos acostumados a ver isso apenas na televisão, até acontecer com a gente. Que a justiça seja feita”.
Investigação da Polícia Civil
O caso está sob investigação da 32ª DP (Taquara). A Polícia Civil informou que a vítima passou por exame de corpo de delito, testemunhas foram ouvidas e a arma do policial penal foi apreendida para perícia.
A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) confirmou que Ferrarini é policial penal ativo, mas estava fora de serviço no momento da ocorrência. Em nota, declarou: “A SEAP não compactua com esse tipo de conduta abominante. Nossa Corregedoria acompanha o caso junto à Delegacia e nos solidarizamos com o rapaz vitimado”.
Protesto de entregadores em Jacarepaguá
No sábado (30), colegas de profissão de Valério realizaram um protesto em frente ao condomínio onde o disparo aconteceu, cobrando justiça e mais segurança no trabalho.
Posição do iFood sobre o caso
Em nota enviada à imprensa, o iFood repudiou o ato de violência contra o entregador e reforçou que os trabalhadores da plataforma não são obrigados a subir até os apartamentos.
A empresa lembrou que, em 2024, lançou no Rio de Janeiro a campanha “Bora Descer”, incentivando clientes de condomínios a buscarem os pedidos na portaria.
Além disso, a plataforma informou que disponibilizará assistência jurídica e psicológica a Valério, por meio da parceria com a organização Black Sisters in Law.
“Esperamos que o caso não fique impune e que Valério se recupere rapidamente”, concluiu a nota.
Com informações de CNN
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