A maior concentração de terras raras já registrada no planeta foi identificada no município de Caracaraí, em Roraima. A descoberta, também publicada pelo site Folha BV, revela que a região pode se tornar um marco na história da mineração mundial, colocando o Brasil em posição estratégica na transição energética e tecnológica global. Todas as informações e dados desta matéria são reproduzidos na íntegra conforme o conteúdo divulgado pelo portal.
No local, foi identificado o Complexo Minerário Barreira, uma área com mais de 100 mil hectares que abriga três categorias de minerais estratégicos: terras raras, metais do grupo da platina (PGMs) e minerais críticos.
As análises revelaram concentrações inéditas de elementos como európio (2.890 PPM), neodímio (1.090 PPM), ítrio (1.600 PPM) e itérbio (160 PPM) — índices entre 10 e 50 vezes maiores que os depósitos convencionais. Com isso, Roraima passa a ocupar um lugar de destaque no cenário mineral global.
O que são terras raras?
Conhecidas como o “ouro do século XXI”, as terras raras são um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a tecnologia moderna. Estão presentes em itens do cotidiano e de alta tecnologia, como smartphones, computadores, televisores, carros elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e até mesmo em sistemas de defesa militar.
No Complexo Barreira:
- O európio é usado na produção de telas de LED;
- O neodímio, em ímãs superpotentes para motores e geradores;
- O ítrio, em supercondutores e lasers;
- E o itérbio, em fibras ópticas e sistemas de comunicação avançados.
Além das terras raras
O local também apresenta significativas concentrações de metais preciosos do grupo da platina, como:
- Irídio (21 PPM)
- Ródio (0,390 PPM)
- Paládio (5,9 PPM)
Esses metais são fundamentais para setores como a indústria automotiva, médica e de energia limpa.
Também foram identificados minerais críticos como gálio, vanádio, tântalo, nióbio, tungstênio, rubídio e rênio, além de uma expressiva concentração de 9% de potássio, essencial para a agricultura.
Geopolítica e soberania
Atualmente, a China detém cerca de 70% da produção mundial de terras raras, criando uma dependência econômica para diversas nações. O Complexo Barreira se apresenta como uma alternativa estratégica, com potencial de quebrar essa hegemonia.
O projeto conta com o apoio irrestrito do governo federal e envolve professores do curso de Geologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), além da supervisão da Agência Nacional de Mineração (ANM), Polícia Federal e órgãos ambientais. A localização do empreendimento — a mais de 60 km de terras indígenas e 50 km de áreas de preservação ambiental — ajuda a minimizar riscos socioambientais.
Impacto econômico
Embora o Brasil detenha 19% das reservas conhecidas de terras raras, sua participação na produção mundial é de menos de 0,1%. A descoberta do Complexo Barreira tem o potencial de transformar esse cenário, gerando bilhões em receitas anuais e milhares de empregos.
Um marco para o futuro
Pesquisadores apontam que a descoberta coloca Roraima no centro da mineração mundial. O Brasil, por sua vez, pode se consolidar como um ator estratégico na nova economia verde, contribuindo diretamente para a transição energética e tecnológica do planeta. O projeto é citado como exemplo de mineração responsável, unindo ciência, desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
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