O advogado Celso Vilardi afirmou nesta 4ª feira (3.set.2025) que deve fazer um balanço na casa de Jair Bolsonaro (PL) dos 2 dias do julgamento por tentativa de golpe de Estado. A defesa já havia informado que o ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar, está com a “saúde debilitada” e não é obrigado a comparecer ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Vilardi falou com jornalistas depois do encerramento da sessão na 1ª Turma da Corte. Ele voltou a defender que não “há provas” que liguem Bolsonaro aos atos de 8 de janeiro de 2023 ou aos planos para matar autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“O que houve foi tão somente uma reunião no dia 7 de dezembro de 2022. Uma reunião, evidentemente, não é uma tentativa armada contra o Estado democrático de Direito. Isso fica absolutamente claro nas provas do processo”, afirmou.
Segundo o advogado, o encontro foi “uma conversa sobre medidas constitucionais” entre o então presidente, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, e os chefes das Forças Armadas. Declarou que a reunião “não pode levar uma pessoa a uma condenação de 30 anos de prisão”.
Vilardi disse também que a PGR (Procuradoria Geral da República) não comprovou a real participação do ex-presidente na tentativa de golpe. O advogado também voltou a criticar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ao considerá-la um “escândalo, que pode deixar um precedente perigosíssimo no país”.
Como foi o 1º dia de julgamento:
- o que disse Moraes – STF não aceitará coação ou obstrução
- o que disse Gonet – Golpe consumado impediria julgar Jair Bolsonaro
- defesa de Cid – defende delação e chama Fux de “atraente”
- defesa de Ramagem – diz que provas são infundadas e discute com Cármen Lúcia
- defesa de Garnier – fala em vícios na delação de Cid
- defesa de Anderson Torres – nega que ele tenha sido omisso no 8 de Janeiro
- plateia na 2ª Turma – cerca de 80 pessoas acompanharam o julgamento
- condomínio de Bolsonaro – tem bate-boca e troca de empurrões na porta
JULGAMENTO DE BOLSONARO
A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso pode se alongar até 12 de setembro.
Integram a 1ª Turma do STF:
- Alexandre de Moraes, relator da ação;
- Flávio Dino;
- Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma;
- Cármen Lúcia;
- Luiz Fux.
Bolsonaro indicou 9 advogados para defendê-lo.
Os 3 principais são Celso Villardi, Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Os demais integram os escritórios que atuam na defesa do ex-presidente.