Operação atua em seis estados do Brasil e na Irlanda; 70 vítimas foram identificadas e crimes incluem lavagem de dinheiro e fraudes financeiras
Por Sandra Venancio – Jornal Local – Fotos Divulgação PF
A Polícia Federal (PF) em Santa Catarina, em conjunto com a Receita Federal, Europol e a National Protective Services Bureau da Irlanda, deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Cassandra, destinada a desarticular um grupo criminoso investigado por tráfico internacional de mulheres para exploração sexual, rufianismo, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e crimes tributários.
>> Siga o canal do Jornal Local no WhatsApp
No Brasil, a ação cumpriu 5 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em seis estados — Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais — mobilizando 120 policiais federais e sete servidores da Receita Federal. Na Irlanda, a operação paralela, batizada de Operation Rhyolite, resultou em três prisões e buscas em residências e estabelecimentos ligados à quadrilha.

Segundo a PF, o grupo atua desde 2017 e mantinha rigoroso controle sobre as vítimas, utilizando métodos de coerção e exploração em diferentes países. Até o momento, foram identificadas 70 mulheres vítimas do esquema, que incluía envio de mulheres do Brasil para exploração sexual no exterior.
Estrutura da operação no Brasil
Santa Catarina
- Florianópolis: 7 mandados de busca e 1 de prisão
- São José: 7 buscas e 3 prisões
- Camboriú: 1 busca e 1 prisão
- Biguaçu: 2 buscas e 1 prisão
- Palhoça: 5 buscas
São Paulo
- Capital: 1 busca
- Franca: 1 busca
- Barueri: 1 busca
Rio de Janeiro
- Capital: 2 buscas e 1 prisão
Paraná
- Curitiba: 1 busca
Mato Grosso
- Cuiabá: 1 busca
Minas Gerais
- Belo Horizonte: 1 busca
Além dos mandados, a Justiça Federal decretou 13 medidas restritivas de direitos para reforçar o controle judicial sobre os investigados.
Como a quadrilha operava
De acordo com a PF, o grupo criminoso mantinha um sistema estruturado de exploração sexual, movimentando grandes somas de dinheiro que eram lavadas e disfarçadas por meio de fraudes documentais e crimes financeiros. Equipamentos e métodos sofisticados eram utilizados para garantir o controle das vítimas e a impunidade dos integrantes da organização.
A quadrilha operava tanto no Brasil quanto no exterior, destacando-se a coordenação com parceiros na Irlanda, o que motivou a cooperação internacional com a Europol e órgãos de segurança daquele país.
Impacto e investigação
A Operação Cassandra marca um avanço no combate ao tráfico internacional de mulheres e aos crimes financeiros relacionados à exploração sexual, além de reforçar a necessidade de integração internacional na repressão a organizações criminosas transnacionais. Até o momento, 70 vítimas foram identificadas e novas prisões podem ocorrer à medida que os mandados restantes sejam cumpridos.
Crimes e consequências
- 3 prisões confirmadas na Irlanda
- Exploração sexual e rufianismo
- Tráfico internacional de mulheres
- Lavagem de dinheiro e fraudes financeiras
- Crimes contra o sistema financeiro nacional e crimes tributários
- Atuação em seis estados brasileiros e na Irlanda
- 5 prisões preventivas e 30 mandados de busca cumpridos no Brasil