Tarcísio de Freitas deve ser investigado por articulação para livrar Bolsonaro da prisão

Governador de São Paulo atua politicamente para livrar ex-presidente da prisão, fortalecendo candidatura a 2026

Sandra Venancio – Foto Tania Rego/Agencia Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem se colocado na linha de frente da articulação por uma anistia que pode beneficiar Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Nas últimas semanas, Tarcísio tem viajado a Brasília com frequência incomum, demonstrando que seu empenho vai além de compromissos administrativos e configura movimento político direto para garantir a liberdade do ex-presidente.

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A atuação do governador em um processo que envolve decisões do Judiciário e do Congresso gera questionamentos sobre a legitimidade do uso de recursos públicos e da estrutura do governo estadual para fins partidários. Segundo analistas, não é aceitável que Tarcísio funcione como fiador de um projeto que visa a retirar Bolsonaro da prisão, um aliado central de seu partido e da sua futura candidatura presidencial.

Inicialmente resistente à anistia, o Republicanos mudou de posição após a pressão do governador. Paralelamente, Tarcísio intensificou reuniões com figuras estratégicas, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta, líderes do PL como Sóstenes Cavalcante, e aliados influentes como Silas Malafaia, também investigado pelo STF.

Os fatos apontam para um padrão deliberado de influência: o governador atua para moldar o trâmite de uma proposta legislativa cujo objetivo central é livrar Bolsonaro da prisão. Especialistas e parlamentares destacam que o movimento coloca o poder de um governador a serviço de interesses pessoais e eleitorais, fortalecendo sua posição como provável candidato à Presidência em 2026.

Diante desse contexto, cresce a avaliação de que a conduta de Tarcísio deve ser investigada por indícios de abuso de poder, desvio de finalidade e favorecimento pessoal. A democracia, segundo juristas, não pode admitir que governadores transformem seus mandatos em escritórios de advocacia informal para condenados por tentativa de golpe de Estado.