EUA enviam caças F-35 ao Caribe em meio a escalada de tensões com a Venezuela

Movimentação militar é justificada como combate ao narcotráfico, mas especialistas apontam pressão direta sobre o governo Maduro

Por Sandra Venancio – Jornal Local – USS Jason Dunham em imagem de arquivo — Foto: Marinha dos EUA

O governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, determinou o envio de 10 caças F-35 para o Caribe, em uma operação oficialmente voltada ao combate contra cartéis de drogas latino-americanos. A informação foi revelada nesta sexta-feira (5) pela agência Reuters, com base em fontes ligadas ao Departamento de Defesa norte-americano. As aeronaves devem chegar à base aérea em Porto Rico até o fim da próxima semana.

>> Siga o canal do Jornal Local no WhatsApp

A medida amplia a presença militar dos EUA na região, que já conta com sete navios de guerra, um submarino nuclear de ataque rápido e aeronaves de espionagem, deslocados para o sul do Caribe nos últimos meses. Washington afirma que a mobilização mira organizações classificadas como narco-terroristas.

Escalada com a Venezuela

A decisão ocorre em meio ao aumento das tensões com a Venezuela. Dois caças venezuelanos F-16 sobrevoaram, na quinta-feira (4), o destróier norte-americano USS Jason Dunham, em operação no Caribe. O Pentágono classificou o ato como uma “demonstração de força altamente provocativa”, mas não houve reação militar do navio.

A movimentação aérea venezuelana ocorreu dias após os EUA atacarem um barco que, segundo Trump, transportava “quantidades massivas de drogas” da Venezuela. O ataque deixou 11 mortos e, segundo Washington, o barco pertencia à gangue Tren de Aragua, classificada como terrorista pelo governo americano.

Leitura estratégica

Analistas consultados pela imprensa americana avaliam que o envio dos F-35 pode abrir caminho para uma campanha militar sustentada na América Latina, com foco não apenas no combate ao narcotráfico, mas também na pressão direta sobre o governo de Nicolás Maduro.

Para o Departamento de Defesa, a presença dos caças de quinta geração, capazes de realizar operações furtivas e de ataque de precisão, reforça a mensagem de que os EUA pretendem manter “controle total do espaço aéreo” no sul do Caribe.