A Polícia Civil prendeu preventivamente, nesta sexta-feira (5), o homem suspeito de ter deixado uma mala contendo parte do corpo de uma mulher em um armário da rodoviária de Porto Alegre. A prisão foi anunciada em coletiva de imprensa. O caso também foi noticiado pelo portal G1.
Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito, um homem branco que usava boné, luvas, óculos e uma máscara cirúrgica no momento em que deixou a bagagem no guarda-volumes.
Segundo o delegado Mario Souza, o suspeito foi identificado como Ricardo Jardim, de 65 anos. Ele descreveu o homem como alguém “extremamente educado, frio e aparentemente muito inteligente”.
As provas apontam que Jardim matou a vítima, que era sua namorada, o que caracteriza o caso como feminicídio. De acordo com as investigações, a motivação teria sido “afrontar a sociedade”.
“Este homem não pode estar em condições de convívio na sociedade. É uma pessoa que tem capacidade cometer crimes na sociedade altíssima”, afirmou o delegado Souza.
A prisão ocorreu após a divulgação de imagens, na quinta-feira (4), registradas por uma câmera de segurança da rodoviária. Embora o vídeo não tenha sido divulgado, a polícia informou que ele mostra o momento em que o suspeito deixou a mala no local.
Dentro da bagagem foi encontrado o torso da vítima. Uma semana antes, os braços e pernas da mesma mulher haviam sido localizados em sacolas de lixo na Zona Leste de Porto Alegre. A identidade da vítima, uma mulher de cerca de 50 anos, não foi revelada, mas exames de DNA confirmaram que os restos mortais pertenciam à mesma pessoa.
Quem é o suspeito
Ricardo Jardim, de 65 anos, é publicitário. Segundo a Polícia Civil, ele dominava técnicas de corte e demonstrava “elevado grau de organização e capacidade criminosa”.
O delegado Mario Souza também afirmou que ele seria um “psicopata” e que criava perfis falsos na internet usando imagens de um jovem geradas por inteligência artificial (IA) para atrair mulheres.
A vítima e a motivação
A vítima era namorada do suspeito. Sua identidade não foi divulgada. A polícia acredita que o crime foi cometido com o objetivo de “afrontar a sociedade”.
“Afrontar o estado, afrontar a polícia”, disse o delegado Souza.
Dinâmica do crime
O crime foi planejado em etapas.
- 13 de agosto: os braços e pernas da vítima foram descartados em sacos de lixo, em um local ermo, no bairro Santo Antônio, Zona Leste da capital gaúcha.
- 20 de agosto: o torso foi abandonado em um armário da rodoviária, local de grande circulação e monitorado por câmeras.
Segundo o delegado, as ações tinham sete dias de diferença e faziam parte de um plano calculado pelo suspeito:
“Primeiro, em um lugar ermo. Depois, em um dos lugares mais movimentados do estado”, explicou Souza.
Apesar de ter tomado precauções como uso de máscara, boné e luvas, o delegado acredita que o suspeito queria ser notado:
“Ele poderia ter sido abordado, por exemplo, porque não é normal uma pessoa estar assim na rua. Então, ele tomou medidas, mas, de certa forma, ele se expôs.”
Ainda segundo a polícia, Ricardo Jardim teria deixado pistas falsas dentro da mala e até feito denúncias falsas, tentando manipular as investigações.
“Parecia que ele estava querendo controlar os atos do estado, os atos da polícia. Parecia que ele queria estar um passo à frente da polícia”, disse o delegado Souza.
Após deixar a mala, o homem foi para a Zona Norte de Porto Alegre, visitou um estabelecimento comercial e seguiu para uma pousada. Uma câmera de segurança registrou o momento em que ele abaixou a máscara, confirmando a identidade.
O crânio da vítima ainda não foi encontrado
A polícia acredita que haveria um terceiro ato do crime, possivelmente envolvendo o crânio da vítima, que ainda não foi localizado.
Data do homicídio
A vítima foi morta em 9 de agosto. A polícia investiga se houve participação de outras pessoas no crime.
“A participação dele, como teria sido, se foi só levar a mala, se matou, se tem mais pessoas que poderiam ter auxiliado, isso tudo está sendo apurado”, afirmou Souza.
A mala ficou 12 dias na rodoviária
Henrique Zamora Rodrigues, supervisor do setor de guarda-volumes, contou que a mala foi sinalizada para retirada apenas por outra pessoa indicada. Os dados registrados estão sob sigilo.
Segundo Rodrigues, os funcionários começaram a sentir um cheiro forte no local:
“Agora no fim de semana, por causa do calor, começou a exalar cheiro ali dentro, e hoje estava insuportável. Tentei contato com os dados que tinham passado, mas não consegui nenhum contato, até para poder descartar”, relatou.
Diante do odor, a mala foi levada para a área de descarte de lixo, mas, ao ser aberta, revelou-se o conteúdo macabro:
“Fomos abrir, quebrei o cadeado, estava com vários sacos plásticos preto e vimos um tronco, que não era de animal, e acionamos a polícia na hora. Retiraram o corpo e o cheiro segue ali no ar”, disse Rodrigues.
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