Parte do corpo da vítima foi encontrada em mala deixada em armário da rodoviária; crime é tratado como feminicídio pela Polícia Civil
Por Sandra Venancio – Jornal Local – Foto Divulgação Polícia Civil
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu nesta sexta-feira (5) o publicitário Ricardo Jardim, de 65 anos, acusado de assassinar e esquartejar a própria namorada, uma mulher de cerca de 50 anos. O caso ganhou repercussão após o torso da vítima ser localizado dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Porto Alegre.
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Segundo o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, Jardim é descrito como um homem “extremamente educado, frio, inteligente e psicopata”. De acordo com as investigações, ele dominava técnicas de corte, agiu com elevado grau de organização e chegou a criar perfis falsos em redes sociais com imagens geradas por inteligência artificial para atrair mulheres.
As apurações indicam que o crime foi planejado em etapas. No dia 13 de agosto, braços e pernas da vítima foram descartados em sacos de lixo na Zona Leste da capital, em um local sem câmeras de segurança. Já em 20 de agosto, o suspeito deixou a mala com o torso da mulher na rodoviária, um dos locais mais movimentados do estado, sob forte monitoramento. O crânio da vítima ainda não foi encontrado.
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que Ricardo Jardim depositou a bagagem no guarda-volumes, usando boné, luvas, óculos e máscara cirúrgica. Apesar de tentar se disfarçar, a polícia considera que o suspeito “quis aparecer” ao se expor em um ambiente vigiado.
Durante coletiva, o delegado Souza afirmou que a motivação do crime seria uma tentativa de “afrontar a sociedade, o Estado e a polícia”. Ele classificou o investigado como uma pessoa com alta periculosidade e risco de reincidência.
“Este homem não pode estar em condições de convívio na sociedade. É uma pessoa com capacidade de cometer novos crimes em altíssimo grau”, declarou o delegado.
A prisão preventiva foi decretada pela Justiça, e o caso segue em investigação como feminicídio qualificado.