A Polícia Civil do Espírito Santo investiga um caso de maus-tratos contra crianças em um hotelzinho particular localizado em Linhares, no Norte do estado. Duas funcionárias do local aparecem em vídeos acordando os pequenos com gritos e jatos de água no rosto. As imagens circularam nas redes sociais e provocaram revolta entre os pais.
De acordo com as imagens registradas dentro da sala do hotelzinho, crianças de seis meses a seis anos aparecem deitadas no chão com cobertores, chorando enquanto uma funcionária borrifa líquido no rosto de um menino.
Pais que reconheceram os filhos nos vídeos foram até o local para exigir explicações. A Polícia Militar foi acionada, e tanto responsáveis pelas crianças quanto a proprietária do estabelecimento foram encaminhados para a delegacia.
Hotelzinho funcionava sem alvará sanitário
A Prefeitura de Linhares informou que equipes de fiscalização constataram que o espaço não possuía alvará sanitário para funcionamento. Embora autorizado a receber crianças, o hotelzinho não tinha caráter educacional como uma creche. Diante da irregularidade, as atividades foram suspensas imediatamente. O Conselho Tutelar acompanha o caso.
Em nota, a administração declarou que demitiu as funcionárias e afirmou não compactuar com a conduta registrada no vídeo.
Depoimentos de pais
Uma mãe, que preferiu não se identificar, relatou que a filha apareceu no vídeo e sofreu com os maus-tratos.
“Minha filha disse: ‘Mamãe, meus olhos estão inchados e vermelhos porque a tia jogou perfume neles’. Ela chorava e eu pensei que fosse acidente, mas depois vi o vídeo circulando e reconheci minha filha”, contou emocionada.
A mulher registrou Boletim de Ocorrência, levou a filha ao médico e realizou o exame de corpo de delito.
Polícia investiga e fará perícia
O delegado Fabrício Lucindo, responsável pelo caso, informou que todas as crianças atendidas no local passarão por exames periciais e os pais serão chamados para depor.
Segundo ele, além da responsabilização das funcionárias, a proprietária do hotelzinho também pode responder criminalmente, caso seja comprovada omissão ou incentivo à prática. Com informações do G1.
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