Coreia do Sul promete resposta a prisões de imigrantes nos EUA

O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, determinou neste sábado (6.set.2025) que o país responda imediatamente às prisões de mais de 300 sul-coreanos feitas pelas autoridades de imigração dos EUA em uma fábrica da Hyundai, no Estado da Geórgia. 

O ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Cho Hyun, afirmou que Jae Myung ordenou “esforço total” nas negociações com os norte-americanos. Segundo o diplomata, uma equipe foi criada pelo governo para responder às detenções. 

O ministério enviará representantes de sua embaixada em Washington e do consulado em Atlanta, capital da Geórgia, para acompanhar a situação. Cho Hyun disse que, se necessário, também pode ir à capital norte-americana para se reunir com autoridades do governo Trump. 

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul criticou a operação em uma nota divulgada na 6ª feira (5.set): “As atividades econômicas de nossas empresas que investem nos Estados Unidos e os interesses de nossos cidadãos não devem ser indevidamente violados durante a aplicação da lei americana”.

OPERAÇÃO PRENDEU 475 PESSOAS

A ação comandada pelo ICE (Serviço de Imigração dos EUA) na 5ª feira (4.set) prendeu 475 trabalhadores em uma fábrica de baterias de automóveis da Hyundai, montadora sul-coreana. Mais de 300 detidos são cidadãos do país asiático, segundo a imprensa local. 

Assista a um trecho da operação (36s):

Um comunicado divulgado pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA afirmou que os agentes cumpriram “mandados de busca autorizados pela Justiça, por práticas ilegais de emprego e outros supostos crimes federais”.

Segundo o governo norte-americano, os detidos não tinham autorização para trabalhar no país. Teriam apenas vistos temporários para turismo e viagens de negócios. Segundo as investigações, alguns dos documentos estariam com a validade expirada. 

A maioria dos detidos foi levada a um centro de detenção na cidade de Folkston. Até o momento, ninguém foi formalmente acusado.

Steven Schrank, agente responsável pelo braço investigativo do Departamento de Segurança Interna na Geórgia, afirmou a jornalistas que a ação foi resultado de uma investigação de meses sobre supostas contratações ilegais. Disse se tratar da “maior operação em um único local” da história do órgão. 

O presidente Donald Trump também comentou o episódio. Disse que os presos eram “imigrantes ilegais” e que os agentes estavam “fazendo seu trabalho”. O republicano recebeu o presidente sul-coreano na Casa Branca há menos de duas semanas, em 25 de agosto. 

HYUNDAI NEGA LIGAÇÃO

A empresa informou que não tinha vínculo trabalhista com nenhum dos funcionários detidos. Afirmou estar cooperando com as autoridades dos EUA e que revisará práticas de fornecedores e contratações terceirizadas para assegurar o cumprimento da legislação norte-americana.