Com olhares atentos a cada movimento e à performance do elenco amazonense, o espetáculo Agô Pulsar Afro-Amazônico encerrou sua circulação no Pará neste sábado (6), com a última apresentação realizada no salão de eventos da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro da Condor, em Belém. A montagem, que une dança contemporânea a elementos afro-indígenas, faz um alerta sobre os altos índices de homicídios entre jovens negros no estado, conforme aponta o Atlas da Violência 2024.
O espetáculo provoca reflexão sobre memória, ancestralidade e resistência dos povos negros e indígenas da Amazônia. Com 45 minutos de duração, a obra é dividida em nove cenas que retratam opressão, violência, esperança e renascimento, com figurinos e trilha sonora inspirados em referências amazônicas e ancestrais. A temporada paraense começou na última quarta-feira (3), com apresentações nos bairros do Icuí-Guajará e Maguari, em Ananindeua, e também na Vila da Barca, no Telégrafo, em Belém, todas em áreas periféricas da região metropolitana.
Sob a produção de Cairo Vasconcelos e coreografia de Wilson Junior, o espetáculo ganha vida com a performance envolvente dos bailarinos Pabi Xavier, Odara Konda, 25, Marcos Bazilio, 38, e Thaysson Castro, 26, único paraense no elenco. Os figurinos são assinados por Sioduhi, estilista indígena amazônida da etnia Piratapuya, que já desenvolveu peças para a cantora Anitta.
“Estou muito feliz de voltar ao meu estado de origem. Nasci em Itaituba, morei em Santarém e, aos 17 anos, me mudei para Manaus para realizar meu sonho de ser reconhecido na dança”, disse Thaysson, que desde tem contato com os palcos no universo da dança.
Realizado pela Menina Miúda Produções Artísticas e dirigido por Cairo Vasconcelos, Agô estreou neste segundo semestre em São Luís e também circulou por Itapecuru-Mirim, totalizando quatro apresentações no Maranhão. O projeto conta com patrocínio da Vale e apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A circulação pelos dois estados inclui apresentações em praças e escolas, além de oficinas e rodas de conversa sobre vivências culturais.
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