Motta ouve gritos de “sem anistia” durante desfile de 7 de Setembro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ouviu gritos de “sem anistia” no desfile cívico-militar de 7 de Setembro neste domingo (7.set.2025). Ele levou a mulher e os filhos para o evento, ficando ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama Janja da Silva na tribuna de honra.

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) pressionam pelo perdão judicial aos condenados de 8 de Janeiro e ao ex-presidente, acusado de tentar dar um golpe de Estado depois de perder as eleições para Lula em 2022. Há possibilidade de que a urgência do projeto seja votada nos próximos dias na Câmara.

O projeto que anistia os envolvidos no 8 de Janeiro voltou a ganhar força na Câmara depois que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passou a articular para que o texto seja votado na Casa.

Segundo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), as chances de que a proposta avance cresceram entre os líderes partidários. Disse que o ambiente “mudou” e que agora há uma “boa vontade” por parte do Centrão. Tarcísio teria sido um dos pivôs da mudança.

A proposta tem apoio do PL, PP, União Brasil e Republicanos –partido do presidente da Câmara, Hugo Motta (PB). Juntas, as siglas têm 242 deputados.

O governador de São Paulo é hoje o principal nome para substituir Bolsonaro como candidato ao Planalto em 2026 –o ex-presidente está inelegível e será julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) até 6ª feira (12.set), com tendência de condenação pela 1ª Turma da Corte.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), articula o texto do projeto de anistia. A proposta, que ainda não foi protocolada, concede perdão a todos os condenados, processados ou investigados desde 14 de março de 2019 –data de início do inquérito das fake news no STF.

O texto, ao qual o Poder360 teve acesso, determina que a concessão da anistia extingue automaticamente os efeitos de condenações penais, com o consequente arquivamento de inquéritos, investigações e processos em curso. Também cancela multas, indenizações, medidas cautelares e liminares já impostas pela Justiça. Na prática, a medida permitiria reverter a inelegibilidade de Bolsonaro e possibilitaria sua candidatura em 2026.


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