A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou, nesta terça-feira (9), uma nova mensagem nas redes sociais em tom de ameaça ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentar reverter o resultado das eleições de 2022.
Na publicação, a representação diplomática afirmou: “Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.
A declaração é uma republicação de mensagem feita na segunda feira (8) pelo subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA, Darren Beattie, em meio à retomada do julgamento da trama golpista no STF.
Histórico de atritos
No último dia 8 de agosto, a embaixada já havia acusado Moraes de ser “o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores” no Brasil. Na ocasião, advertiu também “os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas” a não apoiarem suas decisões, sob risco de sofrerem sanções. A fala levou o Itamaraty a convocar o encarregado de negócios da embaixada, Gabriel Escobar, para prestar explicações.
Reações nas redes
A nova postagem dividiu opiniões. Enquanto alguns internautas agradeceram a posição das autoridades norte-americanas, a maioria criticou a atitude, vista como ingerência em assuntos internos brasileiros.
Um usuário chegou a questionar a Grok — assistente de conversação por inteligência artificial — se o gesto configuraria interferência externa. O chatbot respondeu que “muitos veem as declarações dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes como violação da soberania brasileira, mas outros argumentam que é uma resposta legítima a supostos abusos de poder que afetam interesses globais de liberdade”.
Contexto político
A manifestação da embaixada foi feita no dia seguinte às comemorações do 7 de Setembro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do desfile cívico na Esplanada dos Ministérios, marcado por gritos de “sem anistia”. No mesmo dia, grupos também pediram anistia aos envolvidos nos atos de depredação de 8 de janeiro de 2023.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do ministro Alexandre de Moraes, que ainda não se posicionou sobre as declarações.
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