Polônia ameaça reação depois de violação de espaço aéreo por drones russos

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk (Plataforma Cívica, centro-direita), afirmou nesta 4ª feira (10.set.2025) que o país está pronto para “reagir a ataques e provocações”. A fala se deu depois de a Polônia abater 3 drones russos que violaram seu espaço aéreo na 3ª feira (9.set).

Tusk convocou a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para discutir a emergência com seus 31 parceiros na aliança militar. Em entrevista a jornalistas, o primeiro-ministro afirmou que “a situação é séria, e ninguém duvida de que devemos nos preparar para diversos cenários”.

Não há razões para dizer que a Polônia está em um estado de guerra, porém nunca estivemos tão perto de um conflito armado desde a 2ª Guerra Mundial“, declarou Tusk.

O presidente da Polônia, Karol Nawrocki (Lei e Justiça, direita), classificou o episódio como “sem precedentes na história da Otan”. Segundo a agência russa RIA Novosti, o governo polonês convocou a autoridade de negócios da Rússia no país para dar explicações.

No X, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou nesta 4ª feira (10.set) que o presidente russo, Vladimir Putin (independente), “testa o Ocidente” e continua a “ampliar sua guerra”.

O Ministério da Defesa russo negou ter atacado a Polônia e declarou que a ação mirava instalações industriais no oeste da Ucrânia. A pasta se colocou à disposição para conversar sobre o assunto.

Outros líderes também reagiram ao incidente na Polônia. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, falou em “ataque deliberado” dos russos. O presidente francês Emmanuel Macron (Renascimento, centro) afirmou que o episódio é “simplesmente inaceitável”. A Casa Branca ainda não se manifestou.

O abate de 3 dos ao menos 19 drones a violar o espaço aéreo da Polônia nesta 3ª feira (9.set) foi o 1º abate direto de drones russos no território do país desde 2022, marcando uma escalada significativa no conflito. Segundo as Forças Armadas polonesas, o governo acionou caças próprios e de aliados da Otan para neutralizar os objetos.

O episódio se dá em meio a exercícios militares conjuntos da Rússia e da Bielorrússia próximos à fronteira polonesa e reforça o clima de tensão regional.

O maior ataque aéreo russo contra a Ucrânia desde o início da guerra, em 2022, foi realizado na noite de sábado (6.set) e na madrugada seguinte, com mais de 800 drones e 13 mísseis lançados. Pelo menos 2 pessoas morreram e o prédio do Gabinete de Ministros, em Kiev, foi danificado.

Na 4ª feira (3.set), o presidente da Polônia esteve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano). Na ocasião, Trump admitiu que pensava que seria mais fácil chegar a um acordo com a Rússia.