Barroso encerra julgamento de Bolsonaro: “Divisor de águas”

O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, esteve presente nesta 5ª feira (11.set.2025) na 1ª Turma e encerrou a sessão que culminou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao fechar os trabalhos, Barroso destacou a importância histórica do julgamento.

Segundo ele, o processo foi público e transparente, respeitando o devido processo legal e baseado em provas diversas. “Quem buscar perseguição política aqui estará descolado da realidade. Pensamento único só existe nas ditaduras. Na vida democrática, é preciso compromisso com as regras do jogo e com as instituições”, afirmou.

“Estamos virando uma página da vida brasileira. Trabalhemos por uma agenda comum, verdadeiramente patriótica, para iniciar uma era de boa-fé, vontade, justiça e prosperidade para todos”, concluiu antes de declarar encerrada a sessão.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado, pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Os outros 7 réus também foram condenados.

O julgamento ainda determinou que todos os réus fiquem inelegíveis, em conformidade com a Lei da Ficha Limpa.

Também marcou presença o decano Gilmar Mendes, em um gesto simbólico de atenção à importância histórica do julgamento.

Assista ao 5º dia do julgamento de Bolsonaro:


Leia mais sobre o julgamento:


JULGAMENTO DE BOLSONARO

A 1ª Turma do STF julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado.

Votaram pela condenação dos 8 réus: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Na 4ª feira (10.set), Fux, em uma leitura que levou 12 horas, votou para condenar apenas Mauro Cid e Braga Netto por abolição violenta do Estado Democrático de Direito. No caso dos outros 6 réus, o magistrado decidiu pela absolvição.

Integram a 1ª Turma do STF:

  • Alexandre de Moraes, relator da ação;
  • Flávio Dino;
  • Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma;
  • Cármen Lúcia;
  • Luiz Fux

Além de Bolsonaro, foram condenados:

  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. 

O núcleo 1 da tentativa de golpe foi acusado pela PGR de praticar 5 crimes: organização criminosa armada e tentativas de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, além de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.