O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta 5ª feira (11.set.2025) às declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Ele afirmou que o país “responderá adequadamente” à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerado culpado por tentativa de golpe de Estado. A pena de Bolsonaro foi definida em 27 anos e 3 meses.
Em nota, o MRE (Ministério das Relações Exteriores) disse que “ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”.
O ministério disse ainda que o Poder Judiciário brasileiro “julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os 1° acusados” pela tentativa de golpe de Estado em 2022.
O governo Trump já acionou a Lei Magnitsky contra Moraes pelo “uso do cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”. O dispositivo permite que os EUA punam estrangeiros com bloqueio de bens, cancelamento de vistos e suspensão de contas em bancos e cartões de crédito ligados ao país.
Além da sanção a Moraes, a Casa Branca também aplicou tarifas comerciais adicionais ao Brasil por considerar ilegal o julgamento de Jair Bolsonaro. O país é atualmente o maior afetado pelo tarifaço promovido pelo presidente Donald Trump (republicano), com produtos taxados em até 50%.
Leia abaixo a íntegra do Itamaraty:
“O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo.
“Continuaremos a defender a soberania do País de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem.
“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia.”