Mandados atingem servidores, empresários e políticos suspeitos de usar entidade de fachada para desviar recursos públicos
Por Sandra Venancio – Foto Tania Rego/Agencia Brasil
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou nesta quinta-feira (11/9) a segunda fase da Operação Armlock, que apura um esquema de corrupção envolvendo a Secretaria de Esporte e Lazer do DF (SEL/DF) e entidades do jiu-jitsu. Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Goiás, com apoio da Polícia Civil e do Gaeco do Ministério Público goiano.
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Segundo a investigação, a Associação Centro-Oeste Jiu-Jitsu (COJJ) funcionava como entidade de fachada para captar recursos públicos, que eram desviados para bancar eventos privados da Federação Brasiliense de Jiu-Jitsu Desportivo (FBJJD) e repartidos entre servidores, empresários e dirigentes esportivos. O grupo é suspeito de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude administrativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O MP afirma que empresas ligadas ao esquema apresentavam orçamentos falsos e notas fiscais superfaturadas, inflando valores pagos pela SEL/DF. Servidores da secretaria teriam papel central, validando processos desde o protocolo até a liberação das verbas.
No centro da trama está Francisco Grisolia Santoro, presidente de fato da FBJJD, apontado como principal articulador. Ele teria contado com apoio da então secretária de Esporte, Giselle Ferreira de Oliveira, responsável por validar expedientes fraudulentos e contornar entraves legais. O ex-deputado distrital Reginaldo Rocha Sardinha também é citado: ele teria direcionado emendas parlamentares para projetos simulados pela COJJ em troca de parte dos valores liberados.
A operação é conduzida pelo Gaeco e pela Vice-Procuradoria-Geral de Justiça do MPDFT, com reforço do Departamento de Combate à Corrupção (DECOR) e da Corregedoria da Polícia Civil.