Durante audiência de custódia, a Justiça concedeu liberdade provisória a Gilvan Ferreira de Sousa, que confessou à Polícia Civil ter atirado contra Jonatan Marques Queiroz. O crime ocorreu na madrugada de quarta-feira (10), em um hotel no bairro Beira Rio, em Parauapebas. Jonatan era ex-marido da mulher que Gilvan acompanhava no local.

A informação sobre a soltura foi divulgada pelo advogado de defesa, Geovane Oliveira Gomes. Em um vídeo, ele explicou que o Ministério Público se manifestou favorável à concessão da liberdade, com base no artigo 23 do Código Penal, que trata da legítima defesa. A juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Parauapebas acompanhou o parecer e concedeu a liberdade, impondo medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal.
Versão do acusado
Em entrevista concedida no dia da prisão ao Correio de Carajás, Gilvan afirmou ter agido em legítima defesa. Segundo ele, Jonatan arrombou a porta do quarto do hotel e iniciou uma agressão física. Para se defender, Gilvan usou um revólver calibre .38. Um dos disparos atingiu Jonatan na nuca, causando a morte ainda no local.
Antes do crime
Horas antes do crime, Jonatan registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil, informando o furto de sua caminhonete. Posteriormente, localizou o veículo no estacionamento do hotel e foi até um dos quartos, onde encontrou a ex-esposa e Gilvan.
De acordo com o tenente Carias, da Polícia Militar, que atendeu à ocorrência, a ex-companheira da vítima relatou que estava separada de Jonatan e que ele não aceitava o fim do relacionamento. Ela também informou que o ex-marido tinha comportamento agressivo.
Defesa e histórico de ameaças
O advogado Geovane Gomes afirmou ao Correio de Carajás que o cliente não mantinha um relacionamento amoroso com a ex-esposa da vítima, e que os dois são apenas amigos. Eles haviam viajado de Canaã dos Carajás a Parauapebas para registrar uma nova denúncia contra Jonatan, que continuava a ameaçar a ex-mulher mesmo após a separação.
A mulher possuía uma medida protetiva de urgência contra Jonatan, expedida pela Justiça em 31 de agosto. Segundo a defesa, diante do horário de chegada à cidade, por volta das 23 horas, os dois decidiram esperar até o dia seguinte para registrar a denúncia e se hospedaram no hotel.
Por volta das 5 horas da manhã, Jonatan teria arrombado a porta do quarto e iniciado a agressão que resultou na reação de Gilvan.
O advogado também apresentou vídeos e áudios que mostram Jonatan ameaçando a ex-mulher e outras pessoas. O material, no entanto, não será divulgado para preservar a identidade de terceiros.
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