Mulher que perdeu a testa após grave acidente de carro faz alerta

Uma história de sobrevivência e alerta voltou a chamar a atenção na imprensa internacional. A irlandesa Grainne Kealy, que perdeu a testa após um grave acidente de carro, relatou os traumas e sequelas que enfrenta até hoje e fez um apelo para que ninguém repita o erro que mudou sua vida. O caso, que também foi publicado pelo Extra.globo, repercutiu após a vítima descrever em detalhes as circunstâncias do acidente.

Grainne viajava no banco do carona quando decidiu apoiar os pés no painel do jipe do então namorado. Minutos depois, o veículo colidiu contra um muro, e a decisão aparentemente inocente custou caro.

“Eu tinha decidido, ao longo do caminho, que ficaria mais confortável se meus pés estivessem no painel. Era algo que eu raramente fazia e só fiz naquela manhã, pois tinha comprado um novo par de botas Ugg e sabia que não sujaria o painel. Ao fazer isso, meus pés foram colocados diretamente em cima do airbag sem perceber. Quando o jipe colidiu com o muro, os airbags inflaram como de costume, mas como meus pés estavam em cima, eles acabaram empurrando meus pés, os joelhos primeiro, contra meu rosto”, recordou a vítima.

O acidente ocorreu em 2006. A força do impacto foi brutal. Segundo Grainne, a velocidade com que o airbag inflou fez seu rosto ser atingido como se tivesse recebido uma joelhada a 190 km/h.

“A bolsa literalmente explode de seu local de armazenamento a até 320 km/h, mais rápido do que um piscar de olhos! Um segundo depois, o gás se dissipa rapidamente por pequenos orifícios na bolsa, esvaziando-a para que você possa se mover. Então, dei uma joelhada no rosto na velocidade em que o airbag foi acionado!”, relatou, em entrevista ao jornal britânico The Sun.

As consequências foram devastadoras: todos os ossos de seu rosto se quebraram, houve vazamento de líquido cefalorraquidiano do cérebro e perda de dentes.

“Também perdi dentes e tive convulsões cerebrais depois disso”, recordou a irlandesa, que precisou passar por diversas cirurgias.

Um ano após o acidente, seu quadro voltou a se agravar. Grainne precisou retornar ao hospital em Dublin, onde os médicos foram obrigados a remover completamente sua testa.

“Eu não tinha nada no lugar da testa. Minha cabeça afundou e eu fiquei com uma aparência um pouco estranha”, contou a mulher, hoje com 41 anos.

A solução só veio em 2009, quando ela recebeu uma prótese de cerâmica italiana personalizada para reconstruir a região. Ainda assim, ela admite que carrega um incômodo permanente:

“Ainda não gosto de me olhar no espelho e não gosto do meu rosto”, desabafou.

Além das marcas físicas, as sequelas neurológicas também permanecem.

“Eu constantemente perco as palavras no meio de uma conversa. Isso pode acontecer comigo 20 vezes por dia. Tenho dores de cabeça quando há muitas pessoas falando ao meu redor e às vezes tenho dificuldade para me concentrar”, revelou.

Grainne afirma que até hoje sente calafrios ao ver passageiros no banco da frente com os pés apoiados no painel.

“Isso me deixa muito nervosa”, declarou. Por isso, ela e o filho têm feito campanha para conscientizar outras pessoas sobre os riscos. “Eu odiaria que a família de outra pessoa tivesse que receber aquele telefonema tão terrível quanto aquele sobre mim”, acrescentou.

A irlandesa também criticou celebridades como a socialite Kim Kardashian, que chegaram a postar fotos em que aparecem com os pés sobre o painel de veículos. Para Grainne, essas imagens transmitem um exemplo perigoso, especialmente para jovens.

Mesmo após quase duas décadas do acidente, ela reforça que ainda paga um preço alto por um gesto que parecia inofensivo: apoiar os pés no painel de um carro em movimento.

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