PF prende o “Careca do INSS” e empresário em operação contra fraudes bilionárias em aposentadorias; veja imagens e vídeo

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, suspeitos de envolvimento em fraudes contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O G1 também publicou a matéria sobre a operação, que investiga um esquema bilionário de desvio de dinheiro de aposentadorias e pensões.

Segundo a investigação, Antunes é apontado como lobista e “facilitador” das fraudes. Já Camisotti é acusado de atuar como sócio oculto de entidades ligadas às irregularidades. Ambos tiveram prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça.

O esquema de fraudes

De acordo com a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), associações e entidades de fachada eram usadas para cadastrar aposentados e pensionistas sem autorização, mediante assinaturas falsas. A partir daí, descontos eram aplicados diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS, muitos dos quais sequer sabiam que haviam sido “associados”.

As investigações apontam que dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para permitir a inclusão dos descontos nos contracheques. Para ampliar o esquema, havia pagamento de propina a servidores e até uso de idosos, pessoas de baixa renda e aposentados por incapacidade como presidentes formais das entidades fraudulentas.

Há registros de que, em um mesmo dia, aposentados chegaram a ser filiados a mais de uma entidade, com erros de grafia idênticos nas fichas, o que reforça os indícios de fraude.

O prejuízo estimado entre 2019 e 2024 pode chegar a R$ 6,3 bilhões.

Prisões e mandados

Antunes foi levado para a Superintendência do Distrito Federal, onde também são realizadas buscas em sua residência. A PF identificou que ele teria transferido R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. Sua defesa não foi localizada pela reportagem.

Camisotti foi preso em São Paulo. A defesa do empresário declarou não haver “qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS”.

Além das duas prisões preventivas, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. Durante a operação, diversos carros de luxo foram apreendidos, incluindo Ferrari, Porsche, Mercedes, Land Rover e até um carro de Fórmula 1.

Na capital paulista, agentes também realizaram buscas na casa e no escritório do advogado Nelson Wilians, onde foram encontradas diversas obras de arte.

Demissão no INSS

Em abril deste ano, quando o escândalo veio à tona, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido. A investigação havia sido iniciada em 2023 pela CGU, no âmbito administrativo, e em 2024 a PF foi acionada para aprofundar as apurações.

Íntegra das notas de defesa

Defesa de Maurício Camisotti:

“A defesa do empresário Maurício Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS.

Os advogados chamam a atenção para a arbitrariedade cometida durante a ação policial: Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio.

A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário.”

Defesa de Nelson Wilians:

“Em relação ao mandado de busca e apreensão cumprido nesta data, Nelson Wilians esclarece que tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência.

Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados — seu cliente na área jurídica — é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação.

Ressaltamos que a medida cumprida é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade. O advogado permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência.”

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