Ditador da Coreia do Norte manda matar quem assiste filmes estrangeiros

A sanguinária ditadura comunista de Kim Jong Un reforça sua fama de crueldade sem limites. China e Rússia apoiam o regime.

O regime norte-coreano, sob o comando do ditador Kim Jong Un, reforça sua fama de crueldade sem limites. Segundo relatório recente da ONU, a Coreia do Norte está expandindo o uso da pena de morte, incluindo agora cidadãos flagrados assistindo ou compartilhando filmes e séries estrangeiras — um ataque direto à liberdade de informação e expressão.

O documento do Escritório de Direitos Humanos da ONU revela que, na última década, o controle do regime sobre “todos os aspectos da vida dos cidadãos” se tornou ainda mais sufocante. Testemunhos de fugitivos indicam que execuções públicas por fuzilamento aumentaram desde 2020, usadas como instrumentos de terror coletivo.

Kang Gyuri, que conseguiu escapar em 2023, relatou à BBC que três amigos foram executados por consumirem conteúdos sul-coreanos. “Ele foi julgado junto a criminosos de drogas. Hoje esses crimes são tratados da mesma forma”, disse sobre um amigo de 23 anos condenado à morte.

Quando assumiu o poder em 2011, Kim Jong Un prometeu prosperidade, segurança alimentar e crescimento econômico, aliado ao fortalecimento nuclear. A realidade, porém, é oposta: a população sofre com fome, repressão e privação de direitos. A ruptura com a diplomacia ocidental em 2019, aliada à priorização do programa de armas, aprofundou o sofrimento da população.

Durante a pandemia de Covid-19, a situação chegou a níveis críticos, com mortes por falta de alimentos e acesso a cuidados básicos.

Brigadas de choque

O relatório detalha ainda a repressão de mercados informais que garantiam a subsistência de muitas famílias, o aumento da vigilância fronteiriça — incluindo ordens de atirar em quem tenta fugir para a China — e a imposição de trabalho forçado extremo. Famílias pobres são recrutadas para as chamadas “brigadas de choque”, com tarefas letais em construções e minas, enquanto crianças e órfãos são submetidos a condições cruéis.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, alerta que, se a situação persistir, os norte-coreanos “serão submetidos a mais sofrimento, repressão brutal e medo, como têm suportado por tanto tempo”. Desde 2015, pelo menos seis novas leis ampliaram as situações em que a pena de morte pode ser decretada, consolidando a política de terror de Kim Jong Un.

Apesar da pressão internacional desde 2014, os campos de prisioneiros políticos seguem ativos. Fugitivos relatam tortura, fome, trabalho extenuante e mortes frequentes. A ONU recomenda levar o caso ao Tribunal Penal Internacional de Haia, mas a ação depende do Conselho de Segurança, onde China e Rússia têm bloqueado sanções desde 2019, garantindo apoio tácito a este regime sanguinário.

A Coreia do Norte continua assim como um dos países mais isolados e brutais do mundo, governado por um ditador sem compaixão, cuja política se baseia no medo, na opressão e na eliminação sistemática de qualquer forma de dissidência — um verdadeiro regime de terror com o aval de potências estrangeiras.


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