DOSES DE RADIAÇÃO EM TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DISPARAM 244%

  • As tomografias computadorizadas de alta dose aumentaram 244% desde 2017, com 80% delas sendo realizadas em pacientes obesos que necessitam de mais radiação para obter imagens mais nítidas.
  • Uma única tomografia computadorizada pode expor os pacientes a uma radiação equivalente a 1.000 radiografias de tórax, aumentando potencialmente o risco de câncer em 35% ao longo do tempo.
  • Uma em cada três tomografias computadorizadas pode ser clinicamente desnecessária, o que pode contribuir para 103.000 futuros casos de câncer somente nos EUA.
  • Os tomógrafos computadorizados modernos muitas vezes não têm proteção integrada contra doses excessivas de radiação, especialmente para pacientes maiores que exigem exames complexos.
  • Os pacientes podem se proteger questionando a necessidade do exame, exigindo otimização da dose, mantendo registros pessoais de imagens e defendendo protocolos mais seguros.

Você entra no hospital com uma dor persistente e seu médico pede uma tomografia computadorizada. Você não pensa duas vezes — afinal, é só um exame rápido, certo? Mas e se aquele exame “de rotina” o expusesse a quatro vezes mais radiação do que o indicado? E se, com o tempo, esses exames pudessem aumentar seu risco de câncer em 35%? E se 80% dos exames de maior dose — os mais propensos a causar danos — estivessem sendo realizados em pacientes obesos, cujos corpos requerem mais radiação para imagens nítidas?

Infelizmente, esses são fatos documentados, respaldados por estudos publicados no British Journal of Radiology e no JAMA Internal Medicine. Pesquisadores descobriram que tomografias computadorizadas de alta dose (mais de 50 milisieverts) aumentaram 244% desde 2017, com a obesidade sendo a principal responsável por esse aumento. Pior ainda? Uma em cada três tomografias computadorizadas pode ser clinicamente desnecessária, expondo milhões de pessoas a radiações evitáveis ​​que, ao longo do tempo, podem contribuir para 103.000 casos futuros de câncer somente nos EUA.

As doses de radiação sobre as quais não lhe contam

A maioria das pessoas presume que tomografias computadorizadas são exames de baixo risco e alta recompensa, uma maneira rápida de diagnosticar tudo, de apendicite a câncer. Mas aqui está o que seu médico não menciona:

  • Uma única tomografia computadorizada pode expô-lo à mesma radiação que 1.000 radiografias de tórax.
  • Os scanners modernos, embora mais rápidos e nítidos, muitas vezes não têm proteção integrada contra doses excessivas, especialmente para pacientes maiores.
  • Exames de alta dose (mais de 50 milisieverts) quase triplicaram de 2017 a 2022, com 80% desses exames realizados em pacientes obesos cujo tecido extra requer mais radiação para uma imagem mais nítida.

“Os tomógrafos computadorizados mais novos são muito potentes e podem escanear rapidamente com alta qualidade de imagem, mas às vezes não têm verificações integradas para evitar doses de radiação desnecessariamente altas, especialmente em pacientes maiores ou exames complexos”, alertou Madan M. Rehani, professor de radiologia da Harvard Medical School e especialista em proteção contra radiação.

Com 40% dos americanos atualmente classificados como obesos (em comparação com 15% na década de 1980), esse não é apenas um problema de nicho; é uma crise de saúde pública em formação.

Quanta radiação é demais?

O corpo humano é exposto a cerca de 3 milisieverts de radiação natural por ano, principalmente de radônio, raios cósmicos e oligoelementos. Uma tomografia computadorizada padrão? De 10 a 20 milisieverts — o equivalente a 3 a 7 anos de exposição natural em uma única sessão.

Mas é aqui que a coisa fica realmente perigosa: exames de alta dose (mais de 50 milisieverts) ultrapassam um limite crítico em que os efeitos cancerígenos da radiação se tornam estatisticamente significativos. Além disso, a radiação ionizante pode romper cadeias de DNA, levando a mutações que, com o tempo, podem desencadear leucemia, câncer de tireoide ou tumores sólidos em órgãos radiossensíveis, como mama, pulmão e cólon. Lembre-se de que crianças e jovens adultos são especialmente vulneráveis; bebês e adolescentes enfrentam o maior risco ao longo da vida.

No entanto, apesar desses riscos, o uso da tomografia computadorizada aumentou 35% desde 2007, com milhões de exames realizados anualmente, muitos deles desnecessários.

O que você pode fazer para se proteger

A indústria médica não resolverá isso da noite para o dia, mas você pode assumir o controle da sua saúde.

  • Pergunte se o exame é realmente necessário: Em alguns casos, métodos alternativos de imagem podem funcionar. Por exemplo, ultrassom ou ressonância magnética costumam ser úteis para cálculos biliares, lesões em tecidos moles e problemas abdominais.
  • Otimização da dose sob demanda: pergunte se eles usarão um protocolo de dose otimizada para o seu tamanho corporal. Se você estiver acima do peso, insista em uma clínica com tecnologia avançada de TC de baixa dose.
  • Mantenha um registro pessoal de seus exames: a exposição repetida se acumula, então leve seu histórico de exames de imagem a cada consulta médica para evitar duplicatas desnecessárias.
  • Defenda-se — especialmente em relação às crianças: crianças são muito mais sensíveis à radiação. Se seu filho precisar de uma tomografia computadorizada, pergunte sobre protocolos específicos para crianças ou alternativas como ultrassom.

Não seja um paciente passivo

O sistema médico lucra com os exames, sejam eles necessários ou não. Hospitais, radiologistas e fabricantes de equipamentos têm incentivos financeiros para manter os aparelhos funcionando. Mas a sua saúde não é a prioridade deles — é a sua.

“A TC pode salvar vidas, mas seus potenciais danos são frequentemente ignorados”, alertou a Dra. Rebecca Smith-Bindman, autora principal do estudo publicado no JAMA Internal Medicine. “Dado o grande volume de uso da TC nos Estados Unidos, muitos tipos de câncer podem ocorrer no futuro se as práticas atuais não mudarem.”

Você não precisa recusar uma tomografia computadorizada se o seu médico insistir que ela é crítica. Mas você tem o direito de fazer perguntas, exigir protocolos mais seguros e buscar segundas opiniões. Quando se trata de radiação, o que você não sabe pode ser prejudicial.

 

Fonte: https://www.newstarget.com/2025-09-03-ct-scan-radiation-doses-skyrocket-cancer-risks.html

 

 

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