Belém recebeu, nesta segunda-feira (15), a abertura do Fórum Nacional VERDEMOCRACIA, realizado no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. O evento reúne ministros dos tribunais superiores, magistrados, servidores, especialistas e representantes da sociedade civil para debater os desafios da democracia diante das mudanças climáticas. A conferência de abertura foi proferida pela ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ressaltou a importância de iniciar o fórum justamente no Dia Internacional da Democracia.
“Não havia data melhor para começarmos um evento como este, que propõe discutir democracia e sustentabilidade. Essa coincidência reforça o nosso compromisso com o futuro”, afirmou.
Durante o discurso, a ministra destacou o papel dos servidores da Justiça Eleitoral, que, segundo ela, são “exemplares” e fundamentais para garantir a realização do processo democrático em todo o Brasil. Cármen Lúcia lembrou que o sistema eleitoral brasileiro é referência internacional:
“O Brasil é matriz copiada por vários países. Temos delegações de todas as partes do mundo que vêm aprender com a nossa experiência. Isso só é possível porque temos servidores públicos comprometidos, que são não apenas trabalhadores exemplares, mas cidadãos e cidadãs exemplares em todos os lugares.”
A ministra reforçou que “não há democracia sem povo participando”, em contraste com o regime ditatorial, no qual o poder é exercido sem a participação popular. Ela também destacou que a construção democrática deve ser permanente e voltada para as próximas gerações:A política se faz todos os dias, mas cabe a nós garantir que o povo produza o seu presente e o seu futuro. A Justiça Eleitoral trabalha para que cada cidadão exerça a sua escolha de forma livre, porque democracia é espaço de escolhas.”
Outro ponto ressaltado foi a igualdade de gênero e a liberdade como princípios inseparáveis da democracia.
“Quem sabe de mim sou eu. Isso vale para as mulheres e para os homens. Liberdade é própria da humanidade. Sem espaços de escolha, não há democracia – nem em casa, nem na escola, nem no trabalho, muito menos na política.”
Ao recordar o período da ditadura militar, Cármen Lúcia mencionou sua experiência como estudante de Direito em Belo Horizonte, quando sequer podia votar, apesar de já possuir título de eleitor. “A minha geração lutou até mesmo pelo direito de ter um diretório acadêmico. Hoje, muitos jovens veem a democracia como algo óbvio. Mas ela não é: é uma construção diária, fruto de luta e confiança mútua.”
Encerrando sua fala, a ministra alertou para a responsabilidade coletiva de proteger a democracia, sobretudo em ano pré-eleitoral:
“Estamos às vésperas de mais uma eleição nacional. Precisamos nos perguntar: queremos uma democracia solidária? É nosso dever assegurar que o direito democrático de exercer o voto seja mantido e respeitado.”
O Fórum Nacional VERDEMOCRACIA segue até quarta-feira (17), reunindo debates sobre meio ambiente, tecnologia, inteligência artificial e os impactos das mudanças climáticas na logística eleitoral de 2026.

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